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Entrevista

Yoga e a Arquitetura da Paz | "Foi uma experiência nova poder filmar com equipe quase nenhuma", diz Heitor Dhalia

Longa será exibido no Festival do Rio

RF
09.10.2017, às 20H52.
Atualizada em 09.10.2017, ÀS 23H04

Recém-saído das filmagens de Tungstênio, versão tela grande da graphic novel homônima de Marcelo Quintanilha, o cineasta pernambucano Heitor Dhalia vai levar o Festival do Rio, nesta terça-feira, em uma viagem pelo lado místico, antropológico e sobretudo poético da ioga, de carona num projeto com ninho armado no Netflix. Às 19h de amanhã (dia 10), o Odeon projeta imagens documentais feitas pelo diretor de O Cheiro do Ralo (2006) em diferentes cantos do mundo sobre a meditação, a respiração e os métodos de autodescoberta inerentes à ioga. Com estreia em circuito marcada para 9 de novembro, antes de ir para a plataforma digital que nos deu séries como Demolidor e Jessica Jones, o filme, chamado Yoga e a Arquitetura da Paz  tem como gênese o trabalho do fotografo Michael O'Neill sobre grandes gurus. 

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"Tava numa praia de Pernambuco curtindo o réveillon de 2016 quando me mostraram um livro do Michael sobre ioga. Ele, que fez fotos de grandes celebridades, como Woody Allen e Steve Jobs, passou dez anos fotografando mestres da ioga, prática que ele adotou pra vida após tê-la usado como tratamento para um problema que teve na mão. Ele viveu verdadeiras viagens espirituais, que renderam fotos facinantes. Vi que, a partir delas, ele dava voz a gurus que refletiam sobre felicidade, morte, o tempo da contemporaneidade. Filmar esse processo me permitiria um encontro com pessoas e culturas fascinantes. Fui nessa aventura", diz o diretor, que foi de filmes afetivos como À Deriva (2009) a thrillers de época como Serra Pelada (2013).

Percorrendo com a câmera caminhos similares aoa que O'Neill passou, Dhalia entrou num universo guiado pela meditação e pela harmonia física. "Os filmes que eu crio têm muito a ver com o corpo, com o físico: algo central para a ioga, cuja base são posturas da coluna, de braços, de pernas. Como o cinema, a ioga é uma arte do alerta, de estado de atenção ao mundo ao redor", diz o cineasta, que filma ainda este mês o drama O Diretor, com um elenco de teatro pouco ou nada conhecido no cinema. "Será mais um mergulho meu nas trevas, como foi Nina e mesmo Serra Pelada. Algo diferente desse doc da ioga, que tem algo de solar, mesmo sendo voltado pra dentro, pro espírito".

Construído entre passagens por Nova York e territórios da Índia, Yoga e a Arquitetura da Paz deu a Dhalia uma intimidade com o vocabulário da narrativa documental. "Foi uma experiência nova poder filmar com equipe quase nenhuma, mínima mesmo, atrás de um resultado estético mais sofisticado. Deu uma mexida no meu olhar. Saí de uma jornada por um ambiente milenar, atento a fluxos, a sensações. Fazer este documentário me mostrou novos caminhos até para o exercício da ficção: esse processo mostrou pra mim a importância de saber ouvir mais o outro... É preciso escutar o que o mundo tá falando", diz Dhalia, que encontrou na Netflix um meio de escoamento e de viabilização do projeto. "Essas novas mídias têm um poder de impacto enorme sob a audiência, pelo alcance em massa. Criou-se um novo lugar de consumo para o documentário com a Netflix".

Yoga e a Arquitetura da Paz terá mais sessões na quarta, às 19h30, no Reserva Cultural, e na quinta, 13h45, no Roxy, no menu do Festival do Rio. Em paralelo à sua presença no evento, Dhalia finaliza Tunstênio para 2018. Assista ao trailer: 

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