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[Opinião] Uma Batalha Após a Outra é grito de desespero de uma geração perdida

Filme de perseguição de Paul Thomas Anderson é busca incessante e inconsciente pela única coisa que ainda nos faz seguir... amor

Omelete
2 min de leitura
TR
29.09.2025, às 08H30.

Eu saí incomodado de Uma Batalha Após a Outra. Não é novidade, nem mistério algum dizer que o filme fala sobre revoluções desorganizadas e totalitarismo. Essa é a parte óbvia, a superfície de uma história que, para mim, vai muito além de ser “contra o sistema”. Assim como dizer que é sobre o governo do cidadão A ou B – afinal, o livro em que se baseia livremente é sobre o governo Reagan e, não por acaso, se conecta tão bem com a era Trump. Mas não é sobre isso. 

Para mim, a história bateu como o conto de desespero e culpa de um pai que decidiu criar uma filha numa geração falida. Falida pelo cansaço da luta perdida, pelo ultraconservadorismo ressurgido, pelas memórias que se tornaram a única saída para a sanidade. A questão é que, mesmo com toda essa suposta profundidade, o que Paul Thomas Anderson cria é um teatro de comédia recheado de pessoas perdidas, todas afogadas na paranoia crescente da atualidade, mas invariavelmente conectadas ao que há de mais humano em si – seja o sexo, o poder ou o amor.

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E quando eu digo que saí dolorido, é lógico que há uma parcela muito pessoal na história. Da relação com esse mundo digital e político, no papel do pai que carrega a culpa constante de criar alguém neste cenário. Uma culpa que não se forma por uma ação, mas sim por simplesmente existir. É normal ver uma comédia de ação como essa e dizer que todos os personagens são caricaturas. O problema é que as caricaturas não existem mais. Tudo é a realidade desesperadora de uma geração que se vê em busca da esperança na próxima e, mesmo assim (como todas as outras), insiste em dizer que antes era melhor.

O filme é uma chuva de poréns, de perguntas, de altos e baixos, como as ondas do sensei de Benicio Del Toro. É a vida, como diz Leonardo DiCaprio. “Vida!”, ele grita durante as várias ligações que faz ao telefone. E, como a vida, não existe resposta, nem é complexo demais como este texto faz parecer. É simples como um pai ou uma mãe resolvendo problemas com os filhos. Mas sabemos que nada é menos simples do que esse tipo de relação. E, nas ondas de Uma Batalha Após a Outra, eu saí enjoado, como se tivesse participado de uma sessão de terapia lúdica sobre mim, sobre a minha geração; mas tão fã de cinema quanto não era há tempos.

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