Hurry Up Tomorrow: Além dos Holofotes é o mais novo trabalho de atuação do cantor The Weeknd (Abel Tesfaye). No longa-metragem, vemos uma história fictícia do que seriam os bastidores da turnê do cantor. Entretanto, o final do filme é bem confuso e pode gerar muitas dúvidas, especialmente por não deixar claro o que é real e ficção. Mas fique tranquilo, vamos te explicar!
[O TEXTO A SEGUIR CONTÉM GRANDES SPOILERS DO FILME]
No último ato de Hurry Up Tomorrow, quando The Weeknd e a personagem de Jenna Ortega estão no quarto de hotel, pode ter sido bem complicado de acompanhar. Isso porque a mesma cena acontece duas vezes, de maneiras bastante distintas, e também porque, no final de tudo, vemos uma sequência que não faz sentido.
Primeiro, vemos Anima (Ortega) nocautear o músico após ele dizer que irá para a Austrália sem ela, que conhece há poucas horas. Ele acorda, a ouve cantando “Hurry Up Tomorrow” no banheiro, mas, quando chega lá, não encontra ninguém. Ele deixa o quarto e vasculha o hotel, mas não encontra vivalma — até mesmo as ruas estão desertas.
O artista então volta para o prédio, pega o elevador, mas é levado ao subsolo. O elevador para de funcionar, e o cantor decide desembarcar no breu sem fim. Ele caminha até encontrar uma garota tão satânica quanto qualquer criatura de um filme de terror dos mais assustadores que possam vir à mente. Ela grita e o ataca. Ele então acorda novamente, na mesma cama, e ouve, mais uma vez, a personagem de Jenna Ortega cantando. Mas, dessa vez, está amarrado à cama.
Ele tenta barganhar sua liberdade, mas ela diz que só vai soltá-lo quando ele conversar com ela. Ortega dá play em algumas músicas dele, como “Blinding Lights”, e pergunta de onde vem tanta angústia em suas letras, dizendo que entende o que ele quer dizer. O cantor reage como se estivesse sendo torturado pela própria voz.
Logo em seguida, Lee (Barry Keoghan) chega ao hotel. Ortega tenta convencê-lo a ir embora, mas ele arromba a porta e entra. Os dois brigam, e ela o mata. Depois disso, cansada, ela joga gasolina na cama em que The Weeknd está amarrado, e ele aceita seu iminente destino. Ele então canta “Hurry Up Tomorrow” e a deixa sem reação. Ela o desamarra e parte. Ele foge, mas, ao chegar ao final do corredor, o que encontra não é mais o elevador, e sim a entrada de seu camarim. Ele entra, se olha no espelho, sem entender nada — e o filme acaba.
Essa parte da quase morte do protagonista faz alusão à música que dá nome ao seu álbum mais recente — e também ao filme —, a já citada “Hurry Up Tomorrow”. Na canção, The Weeknd fala sobre aceitar a morte e encontrar o paraíso. “Lave-me com seu fogo, quem mais precisa pagar pelos meus pecados? Meu amor é artificial, é tarde demais para salvá-lo. Agora estou pronto para o fim, então queime-me com sua luz. Não me restam mais lutas para vencer. Amarre-me para eu enfrentar isso, não posso fugir, e eu aceito que é o fim”, diz a letra.
Já a cena seguinte, quando vemos que ele não morre e ainda retorna ao seu camarim para mais um show, é uma mensagem filosófica de que, mesmo afogado em seus fantasmas pessoais, ele ainda segue vivo e trabalhando.
Dirigida por Trey Edward Shults, a história foi inspirada em um incidente da vida real que ocorreu com The Weeknd em 2015, quando ele perdeu a voz durante um show em Los Angeles — ele conseguiu cantar quatro músicas antes de ter que interromper o show. O elenco ainda conta com Gabby Barrett, Charli D'Amelio, Paul L. Davis, Cade Foehner, David Moskowitz e Neil Wachs.
Hurry Up Tomorrow: Além dos Holofotes está disponível nos cinemas brasileiros.
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