Uma das maiores marcas do entretenimento mundial passará a ter outra pessoa no comando. De acordo com o sempre confiável Puck, Kathleen Kennendy pretende se aposentar no fim de 2025 e deixará o cargo de CEO da Lucasfilm, lendário estúdio responsável por Star Wars e Indiana Jones.
Kennedy, que tem 72 anos, foi escolhida a dedo por George Lucas para assumir a Lucasfilm quando esta foi adquirida pela Disney em 2012 por US$ 4 bilhões num dos mais chocantes acordos da história de Hollywood. Veteraníssima na indústria, ela produziu diversos filmes de Lucas e Steven Spielberg, como E.T. O Extra-Terrestre, Jurassic Park: O Mundo dos Dinossauros e, ao lado do seu marido e produtor Frank Marshall, os filmes de Indiana Jones. Ao todo, Kennedy foi indicada a oito Oscars.
Segundo o Puck, Kennedy planejava deixar o cargo em 2024 e até agendou uma entrevista para anunciar sua saída. A executiva, contudo, decidiu ficar mais um ano na cadeira de CEO. Agora, Bob Iger, CEO da Disney, e Alan Bergman, presidente da Disney Entertainment, precisam escolher seu sucessor. Dave Filoni, chefe criativo da Lucasfilm e criador de Star Wars Rebels, seria a escolha óbvia, caso o desejo seja promover alguém de dentro de casa. Filoni foi o principal padawan de Lucas quanto à mitologia, narrativa e temas de Star Wars.
O tempo de Kennedy à frente da Lucasfilm foi marcado por altos e baixos significativos. No cinema, ela produziu cinco filmes, três de uma nova trilogia e dois derivados, dos quais quatro fizeram mais de US$ 1 bilhão. O primeiro, Star Wars: O Despertar da Força, arrecadou US$ 2 bilhões mundialmente e permanece dono do título de maior bilheteria da história do mercado norte-americano. A empreitada, porém, terminou com um dos mais detestados longas da saga em Star Wars: A Ascensão Skywalker.
Ainda assim, Kennedy presidiu lançamento de novas lucrativas linhas de produto derivadas dos filmes. Seu maior legado, porém, pode ter sido na reinvenção de Star Wars como uma marca de TV através de Jon Favreau e Filoni, dupla que comandou a produção da gigante série The Mandalorian. A primeira temporada talvez seja a produção mais popular da franquia fora das telonas.
Os últimos seis anos, porém, mancharam o legado de Kennedy como CEO. Depois da rejeição de Ascensão Skywalker, lançado em 2019, não houve mais nenhum filme de Star Wars. O próximo filme da franquia, um longa-metragem de The Mandalorian & Grogu, só chega em 2026. Há inúmeros projetos em desenvolvimento, incluindo o retorno de Daisy Ridley como Rey num suposto Episódio X, mas nada saiu do papel ainda.
Na TV, o sucesso de The Mandalorian caiu com a terceira temporada, e o resultado de outras séries foi irregular. Ahsoka foi bem recebida e Andor é considerada como uma das melhores histórias já contadas nesse universo, mas nenhuma das duas foi um hit de audiência. Obi-Wan Kenobi teve bons números, mas foi mal recebida por boa parte do público. The Acolyte e Skeleton Crew vieram e terminaram suas temporadas sem sucesso.
Em termos de outras franquias, a Lucasfilm de Kennedy continuou o favorito cult Willow com uma série de curta duração e fez uma despedida para Harrison Ford em Indiana Jones e a Relíquia do Destino. Indiana Jones também ganhou um jogo aclamado, e nos games, houve inúmeros lançamentos de Star Wars.
