Soon-Yi fala pela primeira vez sobre Woody Allen

Soon-Yi Previn, filha adotiva de Mia Farrow e esposa de Woody Allen, deu uma entrevista para a Vulture, em que dá sua versão sobre a polêmica envolvendo o diretor.  Soon-Yi foi adotada por Farrow e o músico André Previn e se casou com Allen em 1997, depois do divórcio entre o diretor em 1992.  

“O que aconteceu com Woody é tão desapontador e injusto. [Mia] se aproveitou do movimento #MeToo para exibi Dylan como uma vítima. E toda uma nova geração está ouvindo sobre isso quando não deveriam”, disse Soon-Yi sobre a volta das acusações de que Allen teria abusado de Dylan Farrow, sua filha adotiva.

Soon-Yi também comentou sobre sua sua relação com Mia Farrow: “Ela nunca foi maternal comigo, desde o começo”. Em seu primeiro banho com a mãe, por exemplo, Soon-Yi lembra que ficou com medo porque nunca tinha tomado banho sozinho e Mia não teve cuidado: “Ao invés de fazer o que geralmente é feito com crianças – como entrar na água ou colocar alguns brinquedos – ela meio que só me jogou”.

Já na casa nova, Mia Farrow teria tentado ensinar o alfabeto a Soon-Yi com blocos de madeira: “Se eu não fizesse certo, ela os jogava e mim ou no chão. Quem consegue aprender quando está sob pressão? (...) Mia costumava escrever palavras nos meus braços, o que era humilhante, então eu sempre usava camisas com mangas compridas. Ela também me segurava de cabeça para baixo, pelos meus pés, para deixar o sangue na minha cabeça, porque achava que isso faria de mim mais esperta”.

Sobre o começo do relacionamento com Allen, Soon-Yi diz que tudo foi consensual e que ela já tinha idade o suficiente para saber o que estava fazendo: “Eu sei que não é justificativa, mas Mia nunca foi gentil comigo, nunca foi civilizada. E eu tinha a chance para alguém me mostrar afeição e ser bom para mim, então é claro que eu corri atrás disso. Eu seria imbecil, idiota e retardada – pausa – se tivesse ficado com Mia”.

Depois da publicação do texto, Dylan Farrow se manifestou nas redes sociais. Ela diz novamente que foi abusada por Allen e que a autora do texto na Vulture deixa claro sua amizade de várias décadas com o diretor. Ela também defendeu a mãe: “Minha mãe nunca me treinou, mas ficou ao meu lado (...). Graças à minha mãe, eu cresci no lar maravilhoso e cheio de amor que ela criou. Tenho uma mensagem para a mídia e para os aliados de Woody Allen – ninguém está ‘me desfilando como uma vítima’ – eu continuo sendo uma mulher adulta, que fez uma alegação verossímil e que não mudou em duas décadas, apoiada em evidências. Minha única hesitação era que minha mãe virasse um alvo, como resultado, como é o caso aqui”.