Filmes

Entrevista

Severina marca a volta do diretor de teatro Felipe Hirsch às telas

Protagonizado pelo astro do cult Medianeras, filme aposta em herói romântico a partir do universo da literatura latina

15.04.2018, às 14H27.
Atualizada em 17.04.2018, ÀS 02H00

Depois de um hiato de quase dez anos de sua estreia em longas-metragens com Insolação(2009), Felipe Hirsch, um dos mais prestigiados diretores do teatro brasileiro, volta aos cinemas com um drama sobre amor e literatura aclamado em sua passagem pelo Festival de Locarno, na Suíça: Severina. Sua estreia aconteceu na quinta-feira (12), repleta de elogios da crítica nacional.

Severina/Divulgação

Poderia definir este filme como sendo uma história de amor aparentemente simples, mas que contém muitos outros assuntos do continente latino-americano, inclusive políticos, mediado pela minha relação com grandes romances escritos no continente”, diz Hirsch ao Omelete.

Com foco na rotina de um livreiro e aspirante a escritor, abalado por uma enigmática mulher que rouba em sua loja, o roteiro de Severina é baseado na prosa do escritor guatemalteco Rodrigo Rey Rosa (Os Surdos). Lotado de atores hispânicos de respeito, como o chileno Alfredo Castro (De Longe Te Observo), o longa começou a ser produzido por Rodrigo Teixeira, de Frances Ha (2012), A Bruxa (2015) e Me Chame Pelo Seu Nome (2017), durante a criação de Puzzle, projeto teatral realizado especialmente para a Feira de Livro de Frankfurt (Alemanha), em 2013.

Metáfora sobre o poder redentor da palavra, Severina faz a cartografia de um amor obsessivo que se desenha entre papéis e narrativas. No enredo, R. (Javier Drolas, com quem Hirsch filmou a série A Menina Sem Qualidades, para a MTV), é dono de uma livraria onde uma moça de comportamento incomum, Ana (Carla Quevedo), atrai sua atenção, e não só pelo hábito de surripiar romances para ler e compartilhar com um suposto avô. Os hábitos dela revelam algo sobre nossa realidade continental.

De certa forma, o Rey Rosa se coloca um pouco nesta história, que veio como reação ao processo de separação dele, mas não é uma relação direta, pois temos aqui algo de mágico em relação a heróis românticos”, diz Hirsch. “Gostaria de ver mais gente olhando para a prosa que está sendo feito nas Américas, pois é importante mostrarmos pro mundo que escritores incríveis como Alejandro Zembra, Leonardo Padura Fuentes, Juan Villoro estão escrevendo do nosso lado”.

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