Se Eu Fosse Você 3 | “Rimos de doer a barriga”, garante diretora em entrevista
Produção já terminou as filmagens e promete ser o grande blockbuster nacional de 2026
As filmagens de Se Eu Fosse Você 3 foram concluídas há cerca de três meses e poucos dias depois do fim das gravações, o Omelete teve a oportunidade de conversar com a diretora do novo filme. Anita Barbosa, que já havia trabalhado nos filmes anteriores, agora assume o controle que já foi de Daniel Filho e falou sobre o intenso processo de gravações, que levou apenas quatro semanas no set, após mais de um ano de desenvolvimento do roteiro. À frente do projeto, a diretora explicou que o maior desafio foi encontrar o equilíbrio certo entre humor — mantendo a métrica consagrada da franquia, com timing preciso de piadas e viradas narrativas — e montar um elenco à altura do legado dos dois primeiros filmes.
O novo filme marca o retorno de Glória Pires e Tony Ramos como o icônico casal Helena e Cláudio, agora retratados como personagens mais maduros e bem resolvidos, após “calçarem o sapato do outro” nos filmes anteriores. Para Anita, essa evolução reflete a própria essência da franquia, sempre ligada ao amadurecimento e à empatia. A história também expande o núcleo familiar com a entrada de Cleo Pires, que interpreta a filha do casal, e Rafael Infante, seu par romântico. Ambos passaram por testes rigorosos e, segundo a diretora, trazem contrastes de humor fundamentais para a dinâmica da história, mantendo viva a tradição de contrapontos cômicos que sempre definiu a série. Confira uma foto exclusiva dos bastidores abaixo!
Confiante no resultado, Anita Barbosa disse que tem certeza que o terceiro filme será um verdadeiro blockbuster nacional, pensado para a experiência coletiva da sala de cinema — especialmente por se tratar de uma comédia, gênero que ganha força com o riso compartilhado. No papo, ela ainda destacou o clima especial do set, a equipe enxuta e nostálgica, com profissionais que trabalharam nos filmes originais, e as novas camadas da narrativa.
Com provável estreia em 2026, Se Eu Fosse Você 3 surge como mais um exemplo do momento de valorização do cinema brasileiro, apostando na memória afetiva do público e na força da franquia para continuar conquistando as plateias para o cinema nacional.
Confira a íntegra da entrevista abaixo.
OMELETE: Como foi o processo de gravações de Se Eu Fosse Você 3, quanto tempo demorou a produção do filme, que, pelo que vi, já encerrou as filmagens?
Anita Barbosa: A gente filmou em quatro semanas, mas o processo de construção do roteiro levou mais de um ano. Não era um roteiro fácil. O terceiro filme segue a mesma métrica dos anteriores, com tempos muito específicos de viradas e de piadas, então foi preciso bastante cuidado e calma na escrita.
OMELETE: A comédia costuma ser um gênero difícil, ainda mais pensando em piadas que funcionem para todo mundo. Como foi preparar esse terceiro filme depois de já ter feito dois?
Anita Barbosa: Até o Daniel Filho me alertou para ter paciência, porque a gente sofreu bastante no segundo. Para mim, o maior desafio foi o elenco. Fizemos muitos testes e callbacks até eu ter certeza absoluta das escolhas. Teve um momento em que fiquei com medo de não encontrar as pessoas certas, mas quando encontramos, tudo se encaixou.
OMELETE: O que você pode adiantar sobre a história do terceiro filme?
Anita Barbosa: Não posso falar muito por estratégia de lançamento da Disney. O que posso dizer é que temos um novo casal entrando na história: a Bia, interpretada pela Cleo [Pires], e o companheiro dela, vivido pelo Rafael Infante. E claro, temos Glória [Pires] e Tony [Ramos], o nosso casal clássico.
OMELETE: O grande charme dos filmes sempre foi a dinâmica entre Glória e Tony. O que você acha que eles trazem de novo agora, quase 20 anos depois do primeiro?
Anita Barbosa: Eles são extraordinários. É muito fácil dirigir os dois, ainda mais nesses personagens que eles conhecem tão bem. As conversas sobre o roteiro foram muito nostálgicas. O que vejo de novo nesse terceiro filme é que Helena e Cláudio estão mais bem resolvidos. A moral da franquia sempre foi o amadurecimento e a empatia, e agora eles já calçaram o sapato do outro.
OMELETE: Isso funciona quase como uma metáfora de um relacionamento duradouro, que continua ensinando coisas novas.
Anita Barbosa: Exatamente. E não só em relação ao parceiro, mas também aos filhos, à família, às outras pessoas.
OMELETE: A Cleo assumir o papel da filha virou até assunto na internet, com a personagem trocando de atriz todo filme. Como foi essa escolha?
Anita Barbosa: Foi um presente. Ela se parece muito com a Glória, inclusive na atuação. Mas ela não entrou por ser filha da Glória: passou por testes como todo mundo e foi escolhida por mérito. Ela entregou exatamente o que a gente precisava, ainda mais no contraponto com o humor do Rafael Infante.
OMELETE: O Rafael vem de uma geração mais recente do humor, enquanto o Tony é visto como um ator mais clássico. Esse contraste ajuda o filme?
Anita Barbosa: Muito. E o Tony não é nada sério (risos). Ele é extremamente gentil, um ser humano extraordinário e um ator incrível. Trabalhar com ele é sempre um presente.
OMELETE: Dos seus trabalhos mais recentes, o que você trouxe para esse filme?
Anita Barbosa: A experiência. Eu já tinha dirigido comédia falada, como a série Matches, da Max, que me deu muita segurança de timing. Além disso, participei muito da montagem, que é fundamental para a comédia. Saber como cortar, encurtar e ajustar os tempos faz toda a diferença.
OMELETE: É interessante ver um filme brasileiro chegando ao terceiro capítulo, né?
Anita Barbosa: Estamos na era das franquias. Existe um resgate do passado acontecendo no cinema, e Se Eu Fosse Você tem esse fator nostálgico muito forte. São filmes que ocupam um lugar afetivo na memória do público.
OMELETE: Os dois primeiros filmes voltaram a fazer sucesso no streaming recentemente.
Anita Barbosa: Sim, eles entraram na Netflix e tiveram um retorno enorme. As pessoas estão redescobrindo cenas, fazendo vídeos na internet, remixando momentos clássicos. Isso foi muito positivo.
OMELETE: Existe uma discussão sobre essa relação entre cinema e novela no Brasil, que alguns filmes são muito parecidos em formato…
Anita Barbosa: A novela faz parte da nossa cultura. Glória e Tony são atores muito conhecidos da televisão, mas também do cinema. E a química deles é algo muito especial.
OMELETE: O filme acaba estreando tendo que competir com blockbusters americanos estreando, mas Se Eu Fosse Você é um blockbuster nacional, é o filme que a gente tem uma ideia que realmente pode fazer sucesso olhando para a bilheteria dos anteriores.
Anita Barbosa: Eu aposto todas as minhas fichas, Alexandre. Eu sou louca, mas eu aposto todas as minhas fichas nesse filme. A gente tem um produto muito bom. Na montagem, a gente ri de verdade, chega a doer a barriga. O filme funciona muito bem.
OMELETE: E o cinema como experiência coletiva ainda é essencial, especialmente para a comédia, né?
Anita Barbosa: Totalmente. Não é só a tela grande, é a energia do coletivo, de rir junto com outras pessoas.
OMELETE: O cinema brasileiro vive um momento especial e vocês chegam com Se Eu Fosse Você 3 exatamente nessa hora. Como você vê isso?
Anita Barbosa: Vive sim. É um momento de reconhecimento das nossas obras. Porque o cinema brasileiro é um cinema muito rico. E eu acho que agora a gente está conseguindo vencer um pouco a barreira da língua. Porque eu acho que essa era uma grande questão. Porque em termos de qualidade, os nossos filmes têm muita qualidade. Os nossos atores são incríveis, talentosíssimos. A gente tem histórias maravilhosas. Eu acho que uma coisa que nos barrava um pouco era a coisa da língua. E eu acho que hoje em dia isso é uma coisa que está meio que se dissolvendo de uma forma geral. Não só com a língua brasileira, mas você vê aí muitas obras, principalmente no streaming. Eu assisto séries e eu sou quase pós-graduada em sueco, porque assisto àquelas séries policiais, filmes suecos, série polonesa. O seu ouvido vai se adaptando.
OMELETE: Tem alguma curiosidade da produção que você possa contar?
Anita Barbosa: O personagem do Rafael Infante é um guia de esportes de aventura, então tivemos cenas de tirolesa, balão e esportes radicais, todas filmadas em Miguel Pereira. Já a personagem da Cleo é uma chef de cozinha, o que exigiu consultoria com chefs profissionais. Além disso, tivemos uma equipe pequena, com cerca de 50 pessoas, incluindo profissionais que trabalharam nos filmes originais, o que trouxe um clima muito especial.
Queria destacar o elenco e a equipe. Foi tudo escolhido com muito cuidado, e as pessoas estavam ali por amor ao projeto. Isso faz toda a diferença no resultado final.
OMELETE: Muito obrigado, Anita!
Anita Barbosa: Obrigada!