Icone Chippu

Alguém disse desconto? Com o Chippu você tem ofertas imperdíveis de streamings e Gift cards! Corre!

Aproveite as ofertas da Chippu Black!

Icone Conheça Chippu Ver ofertas
Icone Fechar
Filmes
Entrevista

David Dastmalchian vive um “cordeiro em pele de lobo” no terror Rosario

Omelete conversa com o ator e com o cineasta Felipe Vargas sobre o novo filme

Omelete
8 min de leitura
26.08.2025, às 06H00.
David Dastmalchian em Rosario (Reprodução)

Créditos da imagem: David Dastmalchian em Rosario (Reprodução)

David Dastmalchian pinta todo um quadro quando o Omelete pergunta sobre o seu personagem no filme de terror Rosario: Não sei se você já passou por isso, mas se imagine em um momento de encrenca ou desespero [...]. E alguém te aborda, que parece saído de um filme de terror. Você obviamente fica morrendo de medo, mas tem que aprender a ouvir sua voz interior, que pode estar dizendo: ‘Ok, talvez essa pessoa pareça diferente ou me deixe nervoso, mas talvez ela só esteja tentando ajudar”.

Omelete Recomenda

É assim que ele e o diretor Felipe Vargas definem Joe, vizinho da avó de Rosario (Emeraude Toubia), que faleceu em seu apartamento durante uma nevasca severa. A neta agora precisa passar a noite com o corpo até a ambulância conseguir atendê-la no endereço, e logo descobre que sua avó estava envolvida com práticas religiosas tradicionais que podem ter colocado uma maldição sobre ela.

Rosario chega aos cinemas brasileiros na próxima quinta-feira (28). Confira a seguir o papo completo com Dastmalchian e Vargas.

OMELETE: Olá, pessoal! Sou Caio, do Omelete, no Brasil. Prazer em conhecê-los.

VARGAS: Prazer em conhecê-lo. Muito obrigado pelo seu tempo!

DASTMALCHIAN: Olá, Caio. É um prazer conhecê-lo.

OMELETE: Felipe, fãs de terror como eu têm assistido aos seus curtas-metragens há um tempo. Agora, finalmente temos um longa para explorar. Por que você escolheu essa história para sua estreia - ou, se for o caso, como a história escolheu você?

VARGAS: Obrigado! Foi, de fato, o segundo caso: a história me escolheu, e eu trabalhei com um roteirista incrível, Alan Trezza. Para mim, esse filme tinha muito do que eu amo no terror. Se você viu algum dos meus curtas, sabe que sempre fui fã de horror corporal, de efeitos práticos, criaturas e monstros, de realmente trazer humanidade e complexidade para esses monstros. Então, Rosario tinha tudo isso, além de elementos culturais com os quais eu realmente me identifiquei como imigrante latino, mas também como alguém que perseguiu meus sonhos e deixou certas coisas para trás, que viu os sacrifícios que meus pais e avós fizeram para que eu pudesse fazer o que faço. Eu me conecto de maneira muito pessoal com esse filme. E os elementos místicos abordados aqui, com uma religiosidade muito tradicional, foi algo que realmente me cativou. Então é isso, Rosario simplesmente tinha muito do que eu amava em filmes de terror. Olhe para o amor que ele nutre pela cidade de Nova York, que é uma cidade muito importante para mim!

OMELETE: David, você tem muitos bons filmes de terror em sua filmografia. Queria saber qual é a sua relação com esse gênero, tanto como espectador quanto como ator? E por que você acha que ele continua tão popular, mesmo com histórias originais hoje em dia?

DASTMALCHIAN: Sabe, eu sempre fui atraído pelo escuro e pelas sombras. Quando eu era um garotinho, descia as escadas de fininho em uma casa muito religiosa para poder assistir aos filmes de monstros assustadores que passavam tarde da noite. De certa forma, era como ir à Igreja para mim. Eu amo monstros. Amo entrar na psicologia dos monstros, entender por que temos medo deles, o que eles representam no terror sobrenatural e no slasher. Sou fascinado por esse medo coletivo que temos do desconhecido, da morte, da degradação e da deterioração do corpo. Acho que é um lugar maravilhoso de se brincar, como contadores de histórias - falar desse lado grotesco da vida, encontrar e celebrar a beleza nisso.

OMELETE: Felipe, quero falar com você sobre a maquiagem e os efeitos práticos, porque eu vi algumas artes conceituais e fotos de bastidores que sua equipe de efeitos postou no Instagram - e é realmente um trabalho incrível. Como foi criado o visual das criaturas, e como isso foi executado no set?

VARGAS: Bom, desde o início queríamos fazer uma criatura prática. E no roteiro tínhamos esse espírito desprezado, como o chamamos, Kobayende [uma divindade da religião afro-latina Palo, praticada por personagens no filme]. A ideia com o design do monstro era que ele estivesse muito ligado à cultura - galhos, terra, ossos e arame. Tudo isso estava em sua aparência, literalmente saía de debaixo de sua pele. Mas não é só sobre o Palo, porque mais tarde descobrimos o sacrifício de uma das personagens, e ali há um encontro com o arame farpado, cães raivosos e um frio arrepiante. Tudo isso estava, então, no visual da criatura, para mostrar que ela carrega essa dor com ela. Ela é assustadora, mas também é uma manifestação de dor, sacrifício e culpa. Esperamos que tudo isso esteja fisicamente manifesto no visual dela. Para mim, os grandes monstros do cinema de terror fazem isso: pegam algo real e colocam ali para você ver.

OMELETE: Eu também quero falar sobre esse aspecto da cultura latina na trama. Existem elementos, especialmente na direção de arte do apartamento da avó, que me pareceram familiares - mesmo que ninguém da minha família pratique Palo. Como você trouxe essa especificidade para a tela?

Emeraude Toubia em cena de Rosario (Reprodução)
Emeraude Toubia em cena de Rosario (Reprodução)

VARGAS: Adoro ouvir isso! É engraçado, porque eu pude gravar uma parte deste filme na América do Sul - em Bogotá, na Colômbia. Minha avó mora lá, então eu fui ao apartamento dela e comecei a pegar alguns itens para colocar no set: uma máscara aqui, uns brinquedos ali. Outras coisas nós compramos em lojas e botânicas de Palo, lá na Colômbia, e pudemos colocar tudo no filme. Então, acho que é por isso que tudo parece muito real e texturizado, e fico feliz em saber que você se conectou com aquele set. Para mim, o espaço que o terror habita é muito importante, às vezes tão importante quanto o próprio monstro.

OMELETE: Certo! Bom, no filme, Rosario é interpretada por Emeraude Toubia. Pessoas da minha geração sempre se lembrarão dela como Isabelle em Shadowhunters, mas acredito que este é o primeiro filme de terror dela. O que te fez escalá-la? Ela tem potencial de "rainha do grito" para você?

VARGAS: Essa é uma ótima pergunta e, na verdade, parte do que me atraiu nela foi saber que ela não tinha feito terror antes. Mas o que ela fez muito bem foi ação, em Shadowhunters; e depois, em alguns de seus trabalhos posteriores, romance e comédia romântica. Eu senti que este filme precisava de alguém que tivesse força, mas também humor - que tivesse autoconsciência, sagacidade. E eu acho que ela trouxe tudo isso para um filme de terror, algo que raramente vemos no gênero. Foi uma dimensão adicional que ela trouxe, além da desgraça e melancolia que estavam no roteiro. Emeraude é divertida, é uma pessoa confiante e engraçada, então fiquei muito feliz que ela pôde entrar no projeto.

OMELETE: É claro que, além dela, você tem David interpretando Joe. Para você, o que o tornou um bom contraponto para Rosario? Você acha que ele trouxe uma certa urgência para a história?

VARGAS: David é um ator incrível, um dos melhores atores com quem já tive o privilégio de trabalhar. O envolvimento dele em Rosario é uma história meio engraçada, porque um dos produtores jogava jogos de tabuleiro com ele durante a pandemia. Então ele entrou em contato com David, dizendo: ‘Ah, venha para a Colômbia por uma semana e divirta-se’. Mas o que ele trouxe ao filme, eu acho, foi uma seriedade e uma intensidade importantes. E acho que o personagem dele realmente subverte o que as pessoas geralmente esperam de David, de uma forma muito divertida. Ele tem, eu acho, as melhores falas do filme inteiro e um dos melhores arcos de personagem que o filme tem a oferecer. Espero que as pessoas realmente gostem de ver David sob uma nova luz.

OMELETE: David, você concorda com Felipe quando ele diz que o Joe é uma quebra de expectativas em relação aos seus outros personagens? Quão divertido foi brincar com isso, em sua performance?

DASTMALCHIAN: Ah, uma das minhas coisas favoritas como ator é poder ser o lobo em pele de cordeiro - ou, às vezes, o cordeiro em pele de lobo. E às vezes você encontra essas pessoas na sua vida real... não sei se você já passou por isso, mas se imagine em um momento de encrenca ou desespero, de confusão, em algum lugar que parece inseguro para você. E alguém te aborda, alguém que parece saído de um filme de terror. Você obviamente fica morrendo de medo, mas tem que aprender a ouvir sua voz interior, que pode estar dixendo: ‘Ok, talvez essa pessoa pareça diferente ou me deixe nervoso, mas talvez ela só esteja tentando ajudar’. E essas coisas que se apresentam em nossas vidas em nossas vidas, às vezes, são oportunidades para aprender, crescer ou mudar. 

Então, o que quero dizer é que adoro quando entro em uma história e o público, além da própria protagonista, não têm a menor ideia do que diabos se passa com esse cara. O que ele está fazendo? Vai tentar me matar? É só um esquisitão? Talvez seja um pervertido? Estou muito animado para as pessoas assistirem ao filme porque, à medida que as coisas forem acontecendo, elas vão começar a fazer outra pergunta: ‘Será que ele realmente só quer conseguir a sua air fryer de volta?’. [Risos] E você tem que assistir para ver, é claro, mas é por isso que acho esse papel ótimo.

OMELETE: Perfeito! Muito obrigado, pessoal, e parabéns pelo filme novamente.

DASTMALCHIAN: Foi ótimo conversar com você. Obrigado, cara!

VARGAS: Obrigado, Caio, foram ótimas perguntas. Deu para perceber que você ama filmes de terror!

Webstories

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.