Roman Polanski é preso na Suíça
Trinta anos depois, polícia dos EUA perto de julgar o cineasta
O cineasta Roman Polanski (O Pianista, Oliver Twist), 76 anos, foi detido sábado em Zurique, na Suíça, por conta de um caso pendente com a justiça dos Estados Unidos. O caso data de 1977, quando o diretor foi acusado pelos pais de uma menina de 13 anos, modelo, acusaram-no de estuprá-la durante uma festa na casa de Jack Nicholson (com quem ele havia realizado alguns anos antes o noir Chinatown).
Na época, o cineasta se declarou culpado e foi preso durante 47 dias. No final de 1978, em liberdade sob fiança, Polanski fugiu para a Europa, temendo um julgamento injusto e a prisão perpétua, e nunca mais voltou a solo estadunidense. No período, tornou-se uma espécie de obsessão - registrada em um documentário Roman Polanski: Wanted and Desired - do juiz e promotores do Tribunal Superior de Los Angeles apanhá-lo. Em 1997, um novo juiz assumiu o caso, pedindo a Polanski que fosse aos EUA e garantindo que as acusações seriam retiradas, contanto que a audiência fosse televisionada. O cineasta recusou o circo e seguiu pleiteando, com o auxílio de Samantha Geimer, a vítima, o fim do processo. A situação se agravou ainda mais no começo deste ano, quando o Tribunal rejeitou, definitivamente, o pedido dos advogados para suspender as acusações. A prisão em Zurique, ainda que detalhes não tenham sido revelados, envolveu a descoberta prévia por autoridades dos EUA da viagem - que emitiram um pedido de prisão preventiva e o apresentaram à polícia suíça.
Polanski
Polanski, que vive na França - país que não tem acordo de extradição com os EUA - chegou em Zurique para receber um prêmio de honra pelo conjunto de sua obra. As autoridades suíças ainda não decidiram se ele será deportado e estão sobre enorme pressão do governo da França e da comunidade cultural europeia, que querem a liberação do diretor, e da justiça norte-americana, que solicita a extradição.