Kit Harington e Emilia Clarke na oitava temporada de Game of Thrones

Créditos da imagem: Game of Thrones/HBO/Divulgação

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O pior da cultura em 2019

A equipe editorial do Omelete desabafa sobre as porcarias do ano

31.12.2019, às 12H00.

Nem tudo presta ao longo de um ano. Após eleger o melhor do cinema e da TV, a equipe do Omelete agora escolhe os piores de 2019. Veja abaixo!

A oitava temporada de Game of Thrones

Depois de anos construindo tramas e personagens, Game of Thrones terminou de maneira apressada, anticlimática e extremamente decepcionante. Muito se falou do reencontro dos Stark, mas os irmãos mal ficaram juntos em uma temporada curta que alternou fan-service barato com resoluções mal-explicadas. Tudo isso sem contar o copo de café e a garrafa d'água esquecidos no set na hora das filmagens - Nicolaos Garófalo 

Como uma fã dos livros de George R.R. Martin, comecei o ano com uma grande expectativa para o finale. Ainda que a sétima temporada tenha sido abaixo do esperado, eu não estava preparada para o quão confusa seria a temporada final. Eu realmente quis gostar e fui com o coração aberto, mas não há justificativa para o que o roteiro fez com certos personagens. Infelizmente tirou parte do brilho da franquia - Camila Sousa

Esquadrão 6

Pensa num filme que não faz sentido. Aí quando ele começa a fazer sentido, ele acaba. Isso é Esquadrão 6. Parece que pegaram um roteiro, bateram no liquidificador e mandaram fazer - Aline Diniz

O pior filme do Michael Bay desde Pearl Harbour. Não há história alguma ali, apenas explosões, cenas de ação, correria e tiros. Ah, continuidade também passou longe. É muito mais longo do que deveria ser e para quem assiste, parece que é ainda maior do que as 3h30 do Irlandês - Marcelo Forlani

Toy Story 4

Não tenho a capacidade intelectual de entender o propósito de Toy Story 4. Ele serve pra diminuir a coesão temática dos 3 outros filmes? Pra que ele apresenta novos coadjuvantes que não tem nenhum arco de desenvolvimento? É só pra vender novos bonecos? Não entendo também as pessoas defendendo o filme falando “ah, mas eu chorei tanto!”. No quesito choro artificial e previsível eu prefiro cortar uma cebola do que ver Toy Story 4 - João Filimas

A tendência de remakes live-action da Disney

Se algo definiu 2019 foi o esforço comercial da Disney em requentar seus clássicos. Enquanto Aladdin e Dumbo foram pelo caminho de "consertar" o que faltava nos originais, o representante mais bizarro dessa tendência é O Rei Leão, um filme cuja própria existência é um erro. O "live-action" se propõe a reencenar quadro-a-quadro a animação de 1994, mas com um estilo realista que é um verdadeiro desserviço ao original, e reduz a emoção e inventividade que definem a obra. É claro que cinema tem de trazer lucro aos estúdios, e as produções podem sim ser minimamente decentes, mas soam completamente devotas de alma. Apenas avançam a noção de que filmes não são obras atemporais, mas sim marcas que precisam ser reforçadas de tempos e tempos. As versões animada de Aladdin, Rei Leão, Dumbo, Bela e a Fera e muitos outros não são difíceis de serem achados - VHS, DVD, Blu-ray, streaming -, e o traço e ritmo não demonstram idade (afinal, várias gerações foram criadas com Cinderella e Bela Adormecida, ambos da década de 1950) . O público deveria incentivar a normalização e valorização de filmes de décadas passadas, ao invés de apoiar esforços meia-boca de corporações querendo tirar um troco do público viciado que se apega a qualquer coisa que renda um pico de nostalgia. - Arthur Eloi

O não lançamento de Marighella

O não lançamento de Marighella diz menos sobre o filme em si, independente do que essa cinebiografia oferece, e mais sobre o clima de perseguição e medo que se instaurou no país e no mundo em 2019. Não podemos normalizar o medo e a alienação - Marcelo Hessel

Cats

Viu o trailer? Então veja o trailer e julgue por você mesmo. São imagens que nenhum humanos deveria ver - mas nós vimos e agora ela está tatuada no nosso subconsciente e vai nos assombrar pelo resto da vida - Fábio Gomes

X-Men: Fênix Negra

Como passei longe de bombas como Hellboy, Rambo e Cats, vou deixar meu voto para este que é um filme bastante esquecível - Lucas Zacarias

Godzilla 2

Há tempos não saía com tanta raiva do cinema. Como pode um filme sobre briga entre monstros focar em tantos conflitos desinteressantes do núcleo humano? Entediante, mal escrito, burro... É tão péssimo que chega a ser ofensivo - Mariana Canhisares

Hellboy

Após anos de uma intensa campanha por parte de Guillermo Del Toro de encerrar sua trilogia com o personagem, Hellboy voltou aos cinemas em um reboot decepcionante. A nova versão não entende o potencial do herói, investindo em piadas boca-suja e fora de hora, transformando-o em uma versão barata do Deadpool. Com uma história mal costurada e um elenco pouco inspirado, esse foi uma péssima forma de comemorar os 25 anos que o personagem completou em 2019 - Gabriel Avila

O Rei Leão (2019)

A prova concreta de que o dinheiro é muito mais importante do que entregar uma boa experiência para o público. Completamente desnecessário, a nova animação de O Rei Leão não traz nenhuma novidade e se torna uma cópia bem mais ou menos do original. Se eu pudesse apagar algo de 2019, com certeza seria O Rei Leão (e o trailer de Cats) - Juliana Melguiso

Trailer live-action de Aladdin

O trailer do live-action de Aladdin conseguiu quebrar toda a expectativa dos fãs: mal editado, com o CGI não terminado e não conseguindo passar a grandiosidade do filme. Não à toa o longa foi criticado por muita gente, mas ainda bem que o resultado final foi completamente diferente. O filme funcionou, pode ganhar continuação e foi uma das grandes bilheterias da Disney em 2019 - Patricia Gomes

A Marginalização de Rose Tico em Star Wars

A Ascensão Skywalker teve diversos problemas, mas isso não me impediu de gostar do filme. Chorei, ri, me emocionei. Mas independentemente da opinião sobre o filme, o que fizeram com a personagem de Kelly Marie Tran foi vergonhoso. Rose Tico merecia mais, e vê-la marginalizada, depois de ter sofrido tanto ódio e racismo nas redes, foi um erro grave. Star Wars deveria sempre defender diversidade e inclusão, e ver a franquia dando voz aos haters jogando Rose de lado foi de partir o coração - Julia Sabbaga

O que é cinema?

Foi um ano cansativo, seja na política, seja no entretenimento. Quando Martin Scorsese fez seu comentário sobre os filmes da Marvel estava apenas colocando a sua percepção sobre a atual indústria do cinema, uma estrutura com que ele não consegue se relacionar. Não cancelou o MCU, não proibiu a sua exibição, não roubou o dinheiro da bilheteria de Vingadores: Ultimato para fazer mais quatro horas de O Irlandês. Apenas disse que não gostava. O que mídia e público fizeram a partir disso é um exemplo perfeito do quão raro o diálogo passou a ser. Só há espaço para discussão, para extremos. Para ame ou odeie. Não é preciso concordar completamente com Scorsese, mas é preciso refletir sobre o que um dos maiores cineastas vivos tem a dizer. É esse tipo de diálogo que leva a evolução, seja na arte, seja em um parque de diversões cinematográfico. O ano de Parasita, Bacurau, História de um Casamento, do próprio O Irlandês, Joias Brutas, Retrato de uma Jovem em Chamas, Waves, Entre Facas e Segredos, As Golpistas e tantos outros, também foi o ano de Vingadores: Ultimato, Capitã Marvel, Shazam! e Coringa. É assim que precisa ser. Há espaço para a produção industrial hollywoodiana, a resposta fácil que atende aos desejos simples do público por um cada vez mais necessário escapismo, e para todas as vozes dissonantes, questionadoras dessa própria indústria. Cinema é tudo que faz o público sentir, seja o conforto de ver todos os seus heróis favoritos derrotando um vilão roxo e egocêntrico, seja no incômodo de encarar a própria finitude ao acompanhar a história do capanga antes responsável por finalizar as vidas de desafetos da máfia - Natália Bridi

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