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Perdido pra Cachorro

Comédia Disney sobre chihuahuas falantes tem todos os arquétipos clássicos da casa

12.02.2009, às 15H00.
Atualizada em 08.11.2016, ÀS 03H01

Quem acredita que os filmes da Disney estão cheios de encapetadas mensagens dúbias tem aqui um argumento a seu favor. Perdido pra Cachorro (Beverly Hills Chihuahua) consegue ao mesmo tempo achincalhar e enaltecer os mexicanos. 

Como na vida real, quem manda mesmo em Beverly Hills são os pets. Chloe é a mimada cadela de uma empresária de cosméticos (Jamie Lee Curtis). Certo dia ela fica sob os cuidados da sobrinha de sua dona, Rachel (Piper Perabo). A garota viaja com suas amigas para uma noitada na fronteira mexicana e leva consigo a cadela. De uma hora pra outra, Chloe se perde, é sequestrada, vai parar numa rinha de cães e até encontra uma civilização perdida entre ruínas aztecas. 

No caminho, deixa de ser uma cadela metida, que usa sapatilha, colar de brilhantes e chapéu, e encontra suas raízes mais profundas - afinal, os chihuahuas, como o nome já sugere, são uma raça de cães mexicana. 

A princípio o filme do diretor Raja Gosnell (Vovó...Zona, Scooby-Doo) parece recorrer aos efeitos visuais, aqueles que vêm se aperfeiçoando desde Babe para fazer animais falar, para tirar sarro do mundinho das madames - e não é difícil esculachar quem veste sapato no cachorro porque ouviu dizer que asfalto é tóxico. Aos poucos, porém, configura-se o modelo Disney, e com ele seus temas clássicos: do mentor e o aprendiz, da dama e o vagabundo... 

Cacoetes à parte - as idiossincrasias Disney ora tratam mexicanos como ratos que imigram ilegalmente, ora como deuses míticos trovejantes - Perdido pra Cachorro sabe reciclar arquétipos batidos (a dondoca que aprende a ser humilde, o casal de opostos que se apaixona, o heroico "Rintintin" que supera seus medos) e lhes dar uma cara nova, ainda que os efeitos visuais anulem um pouco a graça de encontrar nas feições naturais dos animais algumas expresssões quase humanas. 

E, por incrível que pareça, a hora em que aparecem em cena centenas de chihuahuas dando aquele latido esganiçado não é tão ruim quanto soa. Com a vantagem de já conhecermos de cor todas as armadilhas sentimentais da Disney - neste filme pode ficar tranquilo que não morre cachorro nenhum no final.

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