Perdida é conto de fadas com "o nosso borogodó", diz Giovanna Grigio
Giovanna Grigio, Bruno Montaleone e Carina Rissi contam os bastidores da criação de uma história de amor ao estilo Jane Austen com o tempero brasileiro
Créditos da imagem: Star Original Productions
Romances ambientados no século 19 passam longe de ser novidade, mas dá para contar nos dedos quantos deles se passam no Brasil. O filme Perdida, que adapta o sucesso literário de Carina Rissi, chega aos cinemas nesta quinta-feira (13) e faz exatamente isso: transporta o espectador para o já conhecido ambiente à la Jane Austen, só que em terras tupiniquins.
Perdida tem o desafio de transpor os elementos conhecidos de cenários da Europa para o ambiente nacional e encontrar as particularidades brasileiras. “O universo que eu criei em Perdida tem muito do nosso perfume, do nosso jeito, não tanto aquela coisa inglesa ou até francesa que a gente vê em filmes lá fora. Vem mais com a nossa cara e o nosso jeito: casarão no Rio de Janeiro, as paisagens lá do Sul”, conta Carina Rissi ao Omelete.
O sucesso constante do gênero mostra o quanto ele, paradoxalmente, pode ser ajustado ao tempo atual. As histórias seguem fazendo muito sentido entre o público do século 21, seja no material original ou em adaptações modernas, como é o caso de Bridgerton, hit da Netflix que vai para sua terceira temporada e já conta com um spin-off.
Entrando nessa nova onda de adaptações, Perdida compra a conversa metalinguística dos romances clássicos em tempos modernos, e foca em Sofia (Giovanna Grigio), uma editora apaixonada por Jane Austen e empenhada em publicar uma nova edição de Orgulho e Preconceito. Porém, ela não acredita no amor “moderno” e acaba sendo levada de volta no tempo para o Brasil dos tempos de Austen, onde conhece Ian Clarke (Bruno Montaleone) e repensa sua ideia de amor. Em conversa com o Omelete, Grigio falou precisamente sobre esta experiência de transposição do cenário clássico ao Brasil:
“Um pouquinho antes das gravações, eu lembro que eu estava no Rio e fui lá no Parque Lage, que é aquele lugar lindo, histórico, e vi a natureza, a nossa Mata Atlântica. Eu fiquei olhando aquilo e falei: que loucura, que coisa linda, que bom que a gente está fazendo um filme desses, um conto de fadas aqui na nossa terra, no nosso idioma, com os personagens que tem o nosso ‘borogodó’, o nosso jeitinho de lidar com as coisas. Trazer para perto esse universo que antes era só sonho, e agora é realidade”.
Construir o imaginário do Brasil no século 19 num contexto de romance foi grande parte do trabalho da equipe. Bruno Montaleone, o intérprete de Ian no longa, comentou sobre esse processo: “a gente foi acostumado a ver essas obras de fora do Brasil e uma coisa que me pegava muito é que eu achava muito legal ser em outra língua. Então eu me questionava: será que vai ficar legal? E é mais uma coisa de que pouca gente, ou ninguém, fez ainda, então vamos desbravar isso, a gente vai dar um jeito de ficar legal. E eu acho que a gente foi bem sucedido.”
Perdida estreia em 13 de julho nos cinemas brasileiros.