Paramount faz segunda oferta hostil pela aquisição da Warner Bros.
Nova proposta é confirmada em comunicado oficial da empresa
Após a Warner Bros. rejeitar a oferta de aquisição da Paramount, a empresa de Larry Ellison. A novidade chega como resposta à recusa dos acionistas da WBD.
“Larry Ellison concordou em fornecer uma garantia pessoal irrevogável de US$ 40,4 bilhões do financiamento de capital para a oferta e quaisquer reivindicações de danos contra a Paramount”, disse a empresa em um comunicado à imprensa (via CNBC). A Paramount afirmou que Ellison, pai do CEO da Paramount, David Ellison, também concordou em não revogar o fundo fiduciário da família Ellison nem transferir seus ativos de forma adversa durante uma transação pendente.
A Paramount Skydance está oferecendo US$ 30 por ação pela Warner Bros. Discovery em uma tentativa hostil que visa impedir um acordo com a Netflix.
Na semana passada, o presidente da Warner Bros. Discovery, Samuel Di Piazza, disse à CNBC que o conselho tinha preocupações sobre o suposto apoio do cofundador da Oracle, Larry Ellison, à oferta. “Não tínhamos certeza de que uma das pessoas mais ricas do mundo estaria presente no fechamento do negócio”, disse Di Piazza na época. “Fazer um acordo é ótimo; fechar um acordo é melhor.”
Até o momento, a Warner não se manifestou oficialmente. Ao que tudo indica, porém, dificilmente o acordo com a Netflix não será concretizado no próximo ano.
O que muda para a Netflix?
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A Netflix alavanca seu crescimento ao incorporar um vasto catálogo histórico de filmes e séries, incluindo ativos premium como HBO/HBO Max, além de estúdios e franquias icônicas.
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A ação representa uma mudança significativa no modelo tradicional da Netflix, que até então crescia principalmente por produção orgânica e licenciamento, e agora passa a integrar grandes ativos tradicionais de Hollywood.
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A operação ainda dependerá de aprovações regulatórias, podendo enfrentar escrutínio antitruste.
Expansão estratégica e pressões regulatórias
A aquisição marca uma mudança na estratégia da Netflix, que historicamente cresceu com produções próprias e licenciamento. Sob seu guarda-chuva, o estúdio Warner passaria a operar com fluxo próprio, mantendo lançamentos de cinema com janelas tradicionais e uma estrutura híbrida entre streaming e exibições teatrais — uma expansão do modelo atual da plataforma.
O negócio, porém, enfrenta resistência. Cineastas e produtores pediram ao Congresso dos EUA um escrutínio antitruste rigoroso, alegando risco de concentração de mercado. Legisladores também solicitaram avaliações detalhadas sobre impacto em concorrência, distribuição e relações trabalhistas no audiovisual.
Disputa acirrada e críticas entre concorrentes
Durante o processo, a Paramount Skydance questionou a lisura da venda e acusou a WBD de favorecer a Netflix. A empresa defendeu a criação de um comitê independente para avaliar as propostas, enquanto grupos políticos republicanos também demonstraram preocupação pública com a expansão da Netflix sobre operações de TV e cinema.
O que acontece agora e resposta do governo
As negociações seguem exclusivas por prazo limitado e podem resultar num anúncio oficial caso Netflix e WBD alinhem os termos finais. Depois disso, o acordo ainda precisará passar pelo crivo dos reguladores — etapa que pode se prolongar ao longo de 2026.
A proposta da Netflix chamou atenção dos órgãos regulamentadores nos Estados Unidos, com a representante republicada Darrell Issa fazendo uma carta em novembro para a Procuradora-Geral dos EUA, Pam Bondi, e ao presidente da FTC, Andrew Ferguson, e à Procuradora-Geral Adjunta da Divisão Antitruste do Departamento de Justiça, Gail Slater.
A Netflix é a principal líder no mercado de streaming, e a aquisição da HBO Max, representaria uma grande disrupção no cenário dos serviços de streaming. Devido a esses problemas, a Paramount teria enviado uma carta ao time legal da Warner avisando que a negociação com a Netflix pode não se concretizar devido aos órgãos regulamentadores, e também acusando a empresa de favorecer o streaming nas negociações.