Filmes

Entrevista

"Pantera Negra é um convite à revolução", diz Danai Gurira

Conversamos com a atriz no set do filme da Marvel

14.02.2018, às 17H07.

Reportagem de capa da revista Time desta semana, quando foi elogiada pelos estudiosos dos conflitos raciais nos EUA, Pantera Negra, foi definido pela atriz Danai Gurira, no set de filmagem, em Atlanta, como “um convite à revolução”. Ela repetiu a expressão algumas vezes enquanto conversava com o Omelete e com representantes de jornais e revistas dos mais variados países, largada em um comprido banco de madeira, sem esconder o cansaço físico que a personagem Okoye lhe provocava. Afinal, trata-se da general das Dora Milaje, a tropa de guerreiras que guarda o reino de Wakanda e age em prol de seu monarca, Rei T’Challa (Chadwick Boseman), na superprodução dirigida por Ryan Coogler (Creed – Nascido para Lutar).

Marvel Studios/Divulgação

“Eu pesquisei o máximo que pude sobre o comportamento de mulheres militares, incluindo aí aquelas que servem como soldados para o líder da Líbia, Gaddafi. Mas o fiz com distanciamento, trazendo questões práticas, mas também muito distanciamento ético para as formas de representação feminina na guerra. Neste filme, sou africana... encarno uma mulher de um continente que simboliza a essência negra. É uma enorme responsabilidade”, disse Gurira, a Michonne da série The Walking Dead, que visitou o Brasil no passado, durante a CCXP17. “Sou da geração que cresceu vendo Oprah, Denzel Washington e Michael Jackson colocar a raça negra nos holofotes do pop. Admiro muito o que eles fizeram por nós. Mas uma renovação de referenciais faz bem, desde que preservando a tradição... oxigena. Sobretudo se essa renovação trouxer a discussão do feminino em seu bojo”.

Na trama de Pantera Negra, Okoye amarga uma decepção com seu amado, W’Kabi (vivido por Daniel Kaluuya, indicado ao Oscar por Corra!), capaz de tudo por uma vingança que só o monarca de Wakanda poderia realizar. Uma vingança que envolve a guerra para preservar o Vibranium – o metal mais poderoso das tramas da Marvel Studios. Okoye entra nessa guerra como parte dos afazeres das Dora Milaje. No filme, o pai do personagem de Kaluuya, sogro de Okye, morreu em decorrência das invasões de mercenários como Ulysses Klaue (Andy Serkis), um dos vilões desta produção.

“Existe o amor romântico, mas existe o amor pela pátria. E no peito de Okoye, o dever fala mais alto”, diz a atriz, que completa 40 anos nesta quarta-feira (14). “Queria que essa personagem representasse o amor por uma bandeira, mas também o amor por um ideal de África em ascensão”.

“Eu não sabia muito do personagem antes de me envolver no projeto, mas notei que o conceito dsa Dora Milaje era algo, inicialmente, muito secundário, sem essência. Como mulher, não podia perder a deixa de mudar isso”, diz a Gurira, que vai ajudar no combate a Thanos em Vingadores: Guerra Infinita. “Meu empenho é fazer com que Okoye seja mais do que uma guarda-costas e vire um emblema de empoderamento”.

Além de  Chadwick Boseman no papel principal, o longa conta com Michael B. Jordan Forest WhitakerDanai Gurira vive Okoye e Lupita Nyong'o interpreta Nakia, as duas principais Dora Milaje do filme. Com direção de Ryan CooglerPantera Negra estreia em 15 de fevereiro.

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