Parceria de Cumberbatch e Colman em Os Roses está no forno há quase uma década
Omelete conversa com astros da comédia: “Vamos refazer todos os filmes de Michael Douglas e Kathleen Turner”
Créditos da imagem: Olivia Colman e Benedict Cumberbatch em Os Roses (Reprodução)
No set de Os Roses: Até Que a Morte os Separe, o diretor Jay Roach se viu descrente de que os astros do filme, Benedict Cumberbatch e Olivia Colman, nunca tinham colaborado antes. “Eles poderiam ser os nossos Spencer Tracy e Katherine Hepburn, poderiam ser qualquer uma das grandes duplas famosas da comédia.Eu espero que eles continuem fazendo mais coisas juntos”, comenta, em entrevista ao Omelete.
Os próprios atores, no entanto, têm outra trajetória em mente. Isso porque, após levar ao cinema esta nova versão de A Guerra dos Roses (1989), comédia de divórcio originalmente estrelada por Michael Douglas e Kathleen Turner, eles brincam que talvez devessem espelhar totalmente a carreira da dupla. “Precisamos refazer Tudo por uma Esmeralda!”, intervém Colman no meio de uma resposta do parceiro de cena.
“Oh, meu Deus, nós só precisamos copiar a carreira deles, basicamente. É perfeito”, brinca Cumberbatch de volta. Confira a seguir a conversa completa dos três com o Omelete, e veja Os Roses: Até Que a Morte os Separe nos cinemas a partir da quinta-feira (28).
OMELETE: Olá, pessoal! Prazer em conhecê-los. Sou o Caio, do Brasil.
ROACH: Oi, prazer em te conhecer também.
COLMAN: Olá! Como você está?
CUMBERBATCH: Prazer em conhecê-lo, oi!
OMELETE: Benedict e Olivia, estou muito surpreso que este é o primeiro filme que fazem juntos. Sinto que isso já deveria ter acontecido antes!
COLMAN: Sim, absolutamente!
CUMBERBATCH: É, nós sentimos o mesmo.
OMELETE: Então, nos contem: como este projeto surgiu, e por que vocês sentiram que era a colaboração perfeita?
COLMAN: Então, sete ou oito anos atrás, eu acho, estávamos todos em Veneza, no festival de cinema. E nós sempre dizíamos um ao outro: ‘Deveríamos fazer algo juntos’. [Faz voz de bêbada] Só que daquela vez estávamos cercados por adultos de verdade, que podiam de fato fazer as coisas acontecerem, e eles disseram: ‘Oh, ok, boa ideia’. David Greenbaum, da Fox Searchlight, estava lá, e Tony McNamara [roteirista do filme] também. E então…
CUMBERBATCH: Ben, Tony, Adam Ackland, produtor da SunnyMarch… todos nós sentamos para tomar um café e comer um croissant ou dois, e Tony apresentou essa ideia de pegar a estrutura de A Guerra dos Roses e não fazer um remake, mas uma nova adaptação. Eu disse que era uma ótima ideia, pois é um dos meus favoritos. Sabe, é uma comédia icônica, e eu sou um grande fã de Michael Douglas e Kathleen Turner. Assisti a tudo deles, desde Tudo por uma Esmeralda até A Joia do Nilo.
COLMAN: Precisamos refazer Tudo por uma Esmeralda!
CUMBERBATCH: Oh, meu Deus, nós só precisamos copiar a carreira deles, basicamente. É perfeito. [Risos] Mas Os Roses é uma propriedade que pertence à Fox Searchlight, então estava disponível para nós, e Tony pensou: ‘Essa é uma ótima desculpa para usar Benedict e Olivia e o que eles têm a oferecer’. E que sorte, porque temos um leque adorável de coisas para fazer como atores aqui, desde alta comédia até alto drama. Nós topamos, e esperamos por um roteiro, que chegou e era brilhante, como esperado. Então, aqui estamos nós.
COLMAN: Foi tão simples!
CUMBERBATCH: Sério, sete anos. [Risos]
OMELETE: Bom, em um filme como este, obviamente, a química entre o casal principal é a coisa mais importante. Jay, que tipo de faíscas você estava tentando capturar entre Benedict e Olivia?
ROACH: Sabe, eu tive muita sorte. Eu caí de paraquedas neste projeto, quando eles já estavam envolvidos e ajudando a desenvolvê-lo com suas produtoras, junto à Searchlight. Mas eu tive um pressentimento, quando li o roteiro e os imaginei atuando, de que eles seriam sensacionais juntos. O relacionamento que eles constroem é um tanto explosivo, mas também muito identificável, sabe?
Assistindo-os no set, fiquei sem acreditar que eles nunca tinham trabalhado juntos. Eles poderiam ser os nossos Spencer Tracy e Katherine Hepburn, poderiam ser qualquer uma das grandes duplas famosas da comédia. Eu espero que eles continuem fazendo mais coisas juntos. Estávamos brincando que deveríamos encontrar uma maneira de fazer um prelúdio, um filme prequel. É difícil fazer uma sequência, com base em como a história se desenrola, mas seria maravilhoso poder trabalhar com eles em algo mais.
OMELETE: Jay, sinto também que não estão saindo muitas comédias nos cinemas hoje em dia - e especialmente não as voltadas para adultos, como esta. Por que você acha que isso acontece, e isso foi parte do que te interessou quando você recebeu o roteiro?
ROACH: Foi parte do que me deixou animado, a chance de fazer outra comédia. E é um tipo diferente de comédia do que eu já fiz antes, por causa do tom, das escolhas ousadas e provocadoras que Tony fez no roteiro. Eu pensei que este filme, sim, poderia ser engraçado em diferentes níveis, num registro mais moderno do que as pessoas esperam de alguém como Tony. Senti que havia tanta comédia no roteiro, mas também muita sentimentalidade e romance.
De qualquer forma, este tipo de filme é algo que eu espero que volte. Quero que as pessoas fiquem animadas de novo para assistir à próxima grande comédia. Quando eu estava crescendo e comecei a me perguntar se faria filmes, havia tantas comédias ótimas por aí, e elas saíam uma atrás da outra. As pessoas estavam acostumadas a ir ao cinema e passar um tempo juntas. Então, é claro que eu adoraria começar uma tendência. Espero que as pessoas anseiem por sair de casa e rir deste filme nos cinemas.
OMELETE: Certo! Eu quero falar sobre o final do filme, porque acho que é muito surpreendente, obviamente um pouco sombrio. Como vocês se sentem sobre esse final? É uma inversão de expectativas proposital?
ROACH: Sabe, o filme original - embora o nosso seja muito diferente - tinha uma certa estrutura. Eu não quero entregar detalhes sobre o final, mas nem tudo são flores. Há uma certa tragédia ali, e nós sabíamos que não poderíamos amenizar isso. A nossa história precisava ser também uma advertência, algo que te fizesse pensar: ‘Ah, cara, eu não quero seguir por esse caminho’. Quando você perde a noção de si mesmo a tal ponto, como esses personagens fazem, e fica tão envolvido em seu próprio ego, seu próprio egoísmo, você está se encaminhando para um buraco do qual é difícil sair.
No fundo, eu acho que o lema de um filme como este precisa ser: ‘Aqui está como você pode estragar tudo, se não estiver prestando atenção’. É preciso aproveitar cada oportunidade que aparece de ser humano, comunicativo, de pedir desculpas quando você foi um babaca, de agradecer o seu parceiro por fazer algo por você. Então, foi isso que tentei comunicar com aquele final, ele é um aviso.
COLMAN: Mas eles também se amam.
CUMBERBATCH: Sim, eles se amam, e acho que são muito honestos sobre quem são. Eles fazem um ao outro rir, muito. Acho que o humor é a cola entre eles, e isso dura praticamente até o final. Existe uma melancolia, um humor meio ácido aqui, mas também uma coisa muito humana de tentar acertar e não conseguir. Os erros que todo mundo comete, às vezes, em relacionamentos. Simplesmente perder o parceiro de vista, não ser grato o suficiente, não praticar a empatia, se envolver demais com sua própria história e não ouvir a dos outros. Tudo isso soou muito verdadeiro, e soou muito engraçado, no roteiro. Eu gosto muito desses dois, e fiquei torcendo para que eles se reencontrassem.
COLMAN: Sim, e eu espero que o público também torça, porque essa é a essência do filme. Você sente que eles genuinamente se adoram, que são almas gêmeas. É sobre saber que mesmo pessoas que se amam tanto podem se desviar do caminho. Talvez isso faça você pensar que, então, está tudo bem se você cometer alguns erros, contato que consiga fazer as reparações.
OMELETE: Perfeito, pessoal! Obrigado e parabéns pelo filme.
ROACH: Obrigado, prazer falar com você!
COLMAN: Obrigada, tchau tchau!
CUMBERBATCH: Até mais.
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