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Os Mosconautas no Mundo da Lua - Festival do Rio 2008

Animação 3D mostra moscas viajando até a Lua

MH
26.09.2008, às 12H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H40

Há uma cena em Os Mosconautas no Mundo da Lua (Fly me to the Moon, 2008) que, por mais banal que seja, é de uma beleza singela: quando as moscas, já dentro da Apollo XI em órbita, flutuam em gravidade zero pela primeira vez. É uma imagem banal porque nos habituamos a ver esse balé em câmera lenta desde o começo da corrida espacial. Mas é belamente singela porque estamos falando de uma animação produzida especialmente para exibições com óculos 3D.

A tecnologia do 3D digital, empregada em Beowulf e Viagem ao Centro da Terra - O Filme, está engatinhando. E esta animação belga ainda não é o tipo de filme que faria o formato subir de patamar; está mais para uma produção artesanal que experimenta mexer com a novidade. Ao contrário dos lances de efeito de Viagem ao Centro da Terra, que jogam peixes voadores na nossa cara, Os Mosconautas se limita a "descolar" do pano-de-fundo os personagens que estão em primeiro plano.

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Daí uma cena como o bailado em órbita ganha beleza. Aquilo que numa animação em CGI amadora normalmente fica com cara de chapado, com os personagens se movimentando sobre o cenário fixo, passa a ter um mínimo de vida, com o 3D timidamente colocando aqueles três pequenos seres para se movimentar a um palmo de nós. A singeleza está no fato de Os Mosconautas se contentar com a tecnologia em sua essência - dentro de um gênero, o das animações, em que a overdose de informação visual se tornou regra.

Poéticas do minimalismo à parte - moscas são ótimas para avançar e recuar em 3D, de qualquer forma - estamos diante de mais uma história, igual a todas as outras, da superação do jovem sonhador contra o ceticismo dos adultos. Você já viu esse filme antes. Aliás, já viu mesmo, porque o trabalho do diretor Ben Stassen acompanha três moscas que conseguem entrar na nave que levou o homem à Lua em 1969, um dos momentos históricos mais repetidos pela televisão ao longo do século passado.

Temos a jovem e corajosa mosca idealista, com amigos disfuncionais (a mosca nerd e a mosca obesa), um avô que já teve seus dias de aventura e uma mãe zelosa em excesso. O antropomorfismo é outra norma do gênero que poucos ousam discutir, e a vocação de Os Mosconautas definitivamente não é inovar.

Aliás, pelo contrário: Stassen está tão preocupado em não incomodar ninguém que coloca até o astronauta Buzz Aldrin no fim do filme, em live-action, para dizer que nada daquilo que foi narrado (moscas à bordo da Apollo XI) aconteceu de verdade, pois as medidas de segurança da NASA não permitiriam. Ou seja, a criança vai ao cinema, se encanta com o 3D, e no fim do filme vem uma pessoa de carne e osso dizer que tudo aquilo era mentira...

Com pensamento estreito assim não há tecnologia que ajude.

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