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Top Gun: Maverick, Elvis e mais: Os melhores filmes de 2022

Conheça as escolhas da redação do Omelete

Omelete
9 min de leitura
19.12.2022, às 14H56.
Atualizada em 24.12.2023, ÀS 11H15

Não dá para negar que 2022 foi um ano e tanto para o cinema: os grandes lançamentos voltaram plenamente aos circuitos, os tradicionais festivais foram retomados de forma plena, e o streaming seguiu firme e forte com suas avalanches de conteúdo. E em meio a tantas grandes opções, a redação do Omelete escolheu os seus filmes favoritos do ano. Confira abaixo: 

 

Era Uma Vez um Gênio

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Em um ano no qual o cinema trabalhou duro para nos provar que o amor ainda é possível no fragmentado mundo contemporâneo (vide Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo, RRR e Decisão de Partir), me parece que nenhum filme encontrou a essência do amor de forma tão pura e sublime quanto Era Uma Vez um Gênio. Nas mãos de George Miller, essa é uma odisseia banhada em luz dourada, que habita um reino difuso entre a fantasia das criaturas que aparecem na tela e a realidade das emoções essencialmente humanas que elas encarnam, principalmente o anseio pelo toque, o olhar e a compreensão do outro. É um desejo tão espiritual que, paradoxalmente, se torna carnal, expressado lindamente nos olhos e corpos de Idris Elba e Tilda Swinton diante da câmera, um romance íntimo que se prova tão épico quanto qualquer capítulo da franquia Mad Max. - Por Caio Coletti

Elvis

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Se Elvis Presley viveu mesmo “100 anos em 42”, como Austin Butler definiu em entrevista ao Omelete, então só mesmo Baz Luhrmann poderia ter encarado o desafio de transformar a vida do rei do rock em cinema… ou, pelo menos, algo parecido com isso. O que o australiano responsável por espetáculos como Moulin Rouge! e O Grande Gatsby faz aqui não é costurar a vida e obra de Elvis dentro dos limites da cinebiografia, mas sim explorar elementos dessa vida e obra para criar um entretenimento digno do nome que o batiza. Seja na imitação obsessiva que define a performance de Butler, na caricatura grotesca que define a de Tom Hanks como o Coronel Parker, ou na pura tragédia grega em que Luhrmann transforma a ascensão e queda do seu protagonista, Elvis é menos filme e mais espetáculo pop. Por sorte, Luhrmann sabe como ninguém o que é preciso para dar um bom show. - Por Caio Coletti 

Noites Brutais

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Difícil ter que deixar O Peso do Talento de fora da lista, mas Noites Brutais - também conhecido como Barbarian - foi a surpresa do ano, e até por isso é tão difícil escrever sobre ele. Barbarian é daqueles filmes que quanto menos você sabe sobre, melhor, e entrar para levar susto atrás de susto acaba construindo uma das melhores experiências cinematográficas de 2022. Mesmo com fortes concorrentes no próprio gênero de terror esse ano (beijos para Halloween Ends e Não! Não Olhe!), Barbarian veio com tudo - ótimas atuações e uma baita história super bem contada - deixando seu marco definitivo como aquele vencedor improvável. Posso fechar com uma dica? Ele rende uma ótima dobradinha com Fresh, outro ótimo terror de 2022. - Por Julia Sabbaga 

Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo

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Depois do todo o nosso hype por Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, quem realmente nos proporcionou toda a empolgação de um multiverso cheio de doideiras foi Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo. Dan Kwan e Daniel Scheinert criaram uma produção única, que não deve em nada a grandes blockbusters em entretenimento ou qualidade técnica. As lutas são extremamente bem coreografadas, as atuações são emocionantes e a história em si é belíssima. São poucos os filmes do gênero no ano capazes de competir com o longa estrelado por Michelle Yeoh, que deve ser lembrada nas principais premiações da temporada. - Por Nico Garófalo

RRR: Revolta, Rebelião, Revolução

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RRR foi uma das boas surpresas do cinema deste ano, que trouxe um respiro das produções hollywoodianas que, convenhamos, uma hora chegam a um ponto de saturação de suas fórmulas repetitivas. Mas não pense que o longa de Tollywood - produções feitas na região indiana de Telangana - seja uma calmaria. A epopeia do diretor S.S. Rajamouli entrega em mais de 3 horas de filme tudo que você espera e não espera, elevado à enésima potência de intensidade: drama, pancadaria, lutas contra e com animais, romance e cenas musicais com direito a coreografia. RRR é tudo isso e muito mais. Ele entrega uma jornada épica e é incisivo em sua postura ao criticar o colonialismo ao abordar luta, revolução e resistência. O filme está disponível na Netflix.  - Por Giovanna Breve

Argentina, 1985

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O filme estrelado por Ricardo Darín é desde já um dos potenciais concorrentes ao Oscar de filme internacional, e não à toa. O longa de Santiago Mitre reconta o histórico julgamento civil que, em 1985, colocou no banco dos réus homens que comandaram a ditadura argentina e expôs os horrores do regime militar – incluindo desaparecimentos, mortes, torturas e estupros. A história é contada a partir do ponto de vista do promotor Julio Strassera (Darín), responsável pela acusação ao lado do colega Luis Moreno Ocampo (Juan Pedro Lanzani) e de uma improvável equipe de jovens advogados. A trama não foge da clássica fórmula de drama de tribunal, mas a executa com primor e emoção, deixando claro como a força dos depoimentos das testemunhas contribuíram para mudar uma opinião pública até então contrária ao julgamento. Do elenco à montagem e à direção, esta produção dos nossos vizinhos é afinadíssima. Pode ser vista no Prime Video. - Por Beatriz Amendola

Não! Não Olhe!

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Jordan Peele tem razão ao rejeitar a ideia do "terror elevado". Além de ser um conceito pretensioso e, por que não, vazio, ele não dá conta de um dos traços mais notáveis que o cineasta entregou em todos os seus filmes, inclusive em Não! Não Olhe!: entretenimento imersivo. Veja, definir a história dos irmãos OJ (Daniel Kaluuya) e Emerald (Keke Palmer) apenas como "uma aventura divertida" seria reducionista por ignorar toda a complexidade por trás dos muitos símbolos e dos temas intrínsecos à trama. No entanto, na sua análise sobre a cultura do espetáculo, Peele nunca se propõe a ser cabeçudo. Por mais que a estranheza da sua proposta seja desafiadora — nesse caso, no melhor dos sentidos —, ela nunca perde de vista a humanidade da sua história. E é por isso que o filme fica com você muito depois dos créditos rolarem. Porque na mistura de alienígena, faroeste e busca pela fama, ele genuinamente te emociona. Não! Não Olhe! está disponível para aluguel e compra nas principais plataformas digitais. - Por Mariana Canhisares

Top Gun: Maverick

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A nostalgia foi apenas a ponta do iceberg para explicar a recepção inequivocamente positiva que Top Gun: Maverick teve ao redor do mundo. Ainda que a sequência recrie, sem embaraços, alguns dos momentos mais memoráveis do longa de 1986, o retorno do piloto petulante de Tom Cruise deu um passo surpreendente além da tendência conservadora e, convenhamos, tediosa de ode ao passado. Levando as cenas de ação às últimas consequências, como se tornou o modus operandi de Cruise, o longa resgatou um sentimento que se dissipara com os anos de pandemia, isto é, a experiência coletiva no cinema. Juntos, fomos tomados pela aflição das numerosas acrobacias aéreas, celebramos o ridículo da camaradagem dançante na praia e, novamente, presenciamos o carisma do astro que é Tom Cruise sustentar uma situação-problema genérica que, nas suas mãos, se torna fascinante. A sequência está disponível para aluguel e compra nas principais plataformas digitais, e chega ao Paramount+ e ao Telecine a partir de 22 de dezembro. - Por Mariana Canhisares

O Acontecimento

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Baseado no livro homônimo e autobiográfico da escritora Annie Ernaux, vencedora do Prêmio Nobel de Literatura, este longa volta à França dos anos 1960 para acompanhar o périplo de Anne (Anamaria Vartolomei), estudante de 20 e poucos anos que busca interromper a gravidez em uma época em que isso era ilegal no país europeu. O filme dirigido por Audrey Diwan retrata com sensibilidade a jornada de Anne em tudo o que ela envolve, incluindo a solidão de não se poder sequer falar sobre o assunto e a angústia palpável da jovem, que vê o próprio futuro escapar por suas mãos com a perspectiva de ter que abandonar os estudos e deixar a sua carreira para trás antes mesmo de ela começar. Na pele da protagonista, Vartolomei entrega uma atuação complexa, que oscila entre a determinação e um quieto desespero, amplificados pela direção sensível de Diwan. É um dos grandes filmes do ano, embora pouco falado. Está na HBO Max. - Por Beatriz Amendola

The Batman

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Estrelado por Robert Pattinson e Zoe Kravitz, o longa do diretor Matt Reeves trouxe a primeira versão do Batman detetive para as telonas. Introduzido no ano dois do morcego de Gotham, o personagem de Pattinson dispensa a já tradicional cena do assassinato dos Wayne e a infância do personagem. No filme de 2022, Bruce Wayne já está patrulhando as noites há pelo menos dois anos. O herói se encontra nas profundezas mais sombrias de Gotham. Com poucos aliados confiáveis, o vigilante solitário se estabelece como a personificação da vingança para a população. Considerado um dos melhores filmes de quadrinhos do ano, o Batman subiu o sarrafo de qualidade dos filmes da DC e seu sucesso lhe garantiu uma sequência além de derivados de seus personagens. - Por Pedro Henrique Ribeiro

Licorice Pizza

É difícil deixar Paul Thomas Anderson de fora da lista de melhores em qualquer ano em que o cineasta lança um filme, mas Licorice Pizza não apenas foi um dos melhores do ano como é um dos maiores filmes da carreira do americano. Sua habilidade em equilibrar o singelo com o grandioso nunca esteve tão vibrante, e sua atmosfera de uma Los Angeles embaçada em retrô ficou lindíssima aqui. Como sempre nos filmes de Anderson a trilha sonora também não decepciona, mas nada disso tudo teria funcionado tão bem não fossem o talento desses dois atores estreantes, Alana Haim e Cooper Hoffman, brilhantes precisamente por serem rostos tão novos - Por Julia Sabbaga

Drive My Car

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Difícil falar algo sobre Drive My Car que já não tenha sido falado (inclusive por mim, mais de uma vez), mas o épico de Ryûsuke Hamaguchi merece a repetição: o que o diretor japonês encontra, com seus extensos diálogos e fascinação pelos espaços liminares e transitórios da noite e do dia, é algo de essencial e inominável da condição humana. Sim, o anseio por conexão está aqui, a importância do contar histórias como modo de sobrevivência emocional, a verdade inviolável de que o mundo segue adiante mesmo quando tudo o que construímos na vida desmorona, mas há algo a mais. Drive My Car é hipnótico, um filme que não só se aproxima sorrateiramente do espaço mais íntimo do nosso coração, como ainda tem a audácia de tratá-lo com gentileza e honestidade. Obrigado e um sinceríssimo “vai se f*der”, Hamaguchi. - Por Caio Coletti 

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