Omeléktra diz: Só a antropofagia nos une
Omeléktra diz: Só a antropofagia nos une
Oi gente, sou a Omeléktra, a assassina de plantão do Omelete. Vocês conheceram minha paixão pela ninja Eléktra aqui mesmo no site. Agora farei críticas de filmes, quadrinhos e afins... espero que gostem, ou terei que me entender com vocês... eu e minha adaga Sai. :-)
Selvagem!! Assim, eu descrevo o novo filme baseado na história do Dr. Hannibal Lecter.
Não o conheço pessoalmente. É uma pena. Somente acompanho sua carreira retratada no cinema e nas manchetes. Afinal de contas, ele é um assassino. Tenho que ficar de olho no mercado. He, he...
Mas não há como competir com Hannibal. O homem é um mestre. Sutil, classudo e requintadamente cruel.
Comparando os dois filmes - O silêncio dos inocentes e Hannibal -, vemos tantas diferenças e tantos nuances passeando sobre o mesmo tema que chega a impressionar. Como duas obras, centradas na mesma personagem, podem ser tão distintas&qt;&
Acontece que as duas películas não são centradas na mesma personagem.
O silêncio dos inocentes, dirigido por Jonathan Demme, precursor da série, contava o drama da então novata agente Clarice Starling - interpretada na época por Jodie Foster - obrigada a participar de entrevistas intensas com o canibal Hannibal Lecter, a fim de solucionar um caso difícil. Lecter parecia ser uma mera personagem secundária. Clarice estava em voga.
O suspense psicológico era o trunfo do filme... aquela coisa sugestiva do Será que é agora&qt;&. Cada vez que a agente adentrava a cela do psicopata, o público prendia o fôlego. Não havia tantas cenas de ação e tiroteios como nesta versão do premiadíssimo australiano Ridley Scott.
Na verdade, o novo filme ficou parecendo uma espécie de Máquina Mortífera - Cult; uma mistura de suspense europeu e blockbuster de terror adolescente.
Hannibal parece ter perdido as estribeiras e ter caído de boca (ô expressãozinha infeliz! Hehe) em todo mundo. Não seleciona mais suas vítimas, não se preocupa em ser discreto. Parece que quer ser pego!
Starling por sua vez, antes uma agente caxias, agora não quer mais saber de nada. Considerada a agente que mais matou gente em 2000, está decepcionada com o FBI, desgostosa da vida, chata e mal interpretada por Julianne Moore.
Nada contra a atriz, que, por sinal fez ótimos filmes - Magnólia, Boogie Nights -, mas Jodie Foster É Clarice Starling. Ela tem a seriedade, a dramaticidade, a intensidade e até a mesmo a sensualidade discreta da personagem. A meu ver, Julianne tentou ser uma Starling tão séria que acabou forçando. Parecia uma velha-ranzinza na pele de uma superagente.
As cenas de violência estão cada vez mais explícitas e o sangue parece escorrer da tela do cinema. As tomadas finais, no melhor estilo Grand guignol são de revirar o estômago de qualquer assassino, inclusive euzinha. Pô! Eu mato mas não como! Não sou urubu!
Bem...mas se analisarmos o filme pela ótica da famosa frase de Oswald de Andrade, Só a antropofagia nos une, até que faz sentido.. eh, eh. Mas aí o papo descamba pra literatura e fica cabeça demais... deixa pra uma outra hora.
Hannibal é © 2001 MGM