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Nós vimos: <i>Kill Bill: Volume 2</i>

Nós vimos: <i>Kill Bill: Volume 2</i>

A&
20.05.2004, às 00H00.
Atualizada em 04.11.2016, ÀS 15H01

Kill Bill - Volume 2
Kill Bill: Vol 2

EUA, 2004 - 136 min.
Ação/Drama

Direção: Quentin Tarantino
Roteiro: Quentin Tarantino

Elenco:


Uma Thurman, David Carradine, Michael Madsen, Daryl Hannah, Chia Hui Liu, Michael Parks, Perla Haney-Jardine, Christopher Allen Nelson, Bo Svenson, Jeannie Epper, Claire Smithies, Clark Middleton, Larry Bishop, Lucy Liu, Julie Dreyfus.

Introdução dos editores

Em janeiro, o Omelete foi até a Argentina para conferir Kill Bill: Volume 1, que entrou em cartaz nos Estados Unidos em outubro do ano passado. O filme só chegou ao Brasil em abril. Agora, para manter a tradição, fomos até Nova York para conferir o Volume 2, que só chega por aqui em outubro...

Apresentações feitas, vamos ao texto!

***

Dia do Trabalho no Brasil, em Nova York todo dia é dia de trabalho. Nós, com espírito de feriado - que durou os quinze dias de férias, diga-se de passagem - resolvemos ir ao cinema. Por acaso, aconteceu várias vezes a mesma vontade!

Na primeira empreitada cinematográfica, decidimos por Kill Bill Vol.2 com ansiedade, mas desconfiança. Afinal, não víramos a primeira parte que estreou nos Brasil pouco antes da viagem. Entusiasmo e informação da independência das duas partes, via crítica dos jornais, nos animaram.

Nada do que se viu dependia mesmo de conhecimento prévio. Quentin Tarantino genialmente explica tudo que era apenas relatado no Vol.1 sem didatismo... e garante sua obra-prima.

Uma Thurman, noiva e grávida, recebe visitas na capela em El Paso, Texas, durante o ensaio de seu casamento. O pianista - um ator famoso, habitué das películas de Tarantino, impagável, mal-humorado, fumando em plena igreja - discute as músicas a serem tocadas na cerimônia. Amiguinhas histéricas comentam o evento, o noivo de fraque, o pastor e sua esposa... Enfim, cena de comedinha perversa americana, quando chega Bill... Tudo muda: cor, cenários, câmera rodando e o diálogo tenso. Logo sabemos por que ele quer matá-la e ela, depois se vingar.

A seguir, mais capítulos que contam as três últimas e mais importantes pessoas de quem a noiva quer se livrar. Não há as centenas das rápidas e sanguinolentas execuções da primeira parte. Tudo é mais lento, engenhoso e curiosamente mais cruel.

Um Michael Madsen esmagado, humilhado funcionário de cassino, dos que limpam o chão do dono drogueiro e um dos assassinos da capela, é o próximo a ser visitado pela vingadora. Ele mora em um trailer nojento, mas é esperto. Prega uma boa e inesperada peça na platéia, mas também passará por uma das maiores aflições que um vilão já sofreu nas telas. E não é pela justiceira...

Entre idas e vindas, especialidade do diretor, infindáveis e prazerosas discussões, o filme é pura sessão nostalgia dos seriados kung fu na televisão - ainda mais com a presença David Carradine (o famoso Bill que não aparece no Vol.1).

Lembram-se daquelas aproximações bruscas de câmera que focalizam a expressão do lutador gemente nos baratos filmes de Hong Kong? Está tudo ali! Falso, proposital e engraçado.

A qualquer momento, a noviça nas artes marciais parece que será chamada de gafanhoto. Saberemos de seu treinamento, dificuldades de aprender e suprema lição do mestre, o que justifica a perícia em matar no primeiro filme e as escapadas impossíveis da morte no Vol.2.

Apesar de muitas cenas parecerem blá blá blá e bullshitagem, com Tarantino é diferente: blá blá blá e bullshitagem são apresentadas com classe e carisma. Explicando: durante o filme nos damos conta de que queremos ouvir, mesmo que aparentemente isto pare a ação! Não há barriga; tudo presta!

Daryl Hannah, sem um olho e mais linda que nunca (aos 44 anos) é a próxima. Não se preocupem: a história entre ambas será esclarecida e porque a noiva tem motivos extras contra ela, etc... Final MEGA-SURPRESA desta cena, sem dúvida, se é possível isolá-las. Aí está uma das melhores do filme e uma das mais bem-feitas lutas do cinema até hoje.

Finalmente, chegamos ao Bill, ou melhor, ela chega ao Bill. Nada a contar, fiquem a babar até outubro... ou vão/vamos pra Argentina ver! [Nota do editor: cópias piratas são um opção apenas para os que não têm amor à arte]

Os críticos americanos tiveram opiniões divididas sobre a primeira parte, mas incensaram a segunda. Já o público adorou as duas. Com o DVD embaixo do braço avidamente assistimos ao primeiro volume, e curiosamente ou não, ficou melhor nesta ordem já que o filme é reminiscência/prospecção o tempo todo.

O nosso Érico Borgo comentou as qualidades visuais, sonoras e técnicas do primeiro filme que ratificamos aqui, mas, no cinema americano, o som é em DTS estupendo, volumoso, sem ferir ouvidos, aterrorizante... Há uma longa e ousada cena no escuro com terra caindo sobre um caixão de defunto em que dividimos o não-espaço com a heroína em plena identificação com o horror da morte! Já a imagem, ah a imagem, que perturbadora perda o modo de legendagem brasileiro proporciona ao fotograma original... Simplesmente não há granulação alguma, a imagem é límpida, cristalina, sem sombras ou borrões, e com as cores excessivas. Até o preto e branco em Tarantino é excessivo. Merecíamos no Brasil uma projeção de acordo.

Trilha sonora com temas banais, de Morricone a uma Malageña suis generis, músicas tão bem escolhidas, que até pelo absurdo marcam mais um ponto positivo no filme.

Chega de falar. Deu vontade de ver de novo!

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