Estrelas do Zorra Total, do Vai Que Cola e do Porta dos Fundos, além da figura sempre instigante de Sergio Mallandro, unem talentos na comédia Ninguém Entra Ninguém Sai, uma das maiores promessas de bilheterias fartas do cinema brasileiro desta temporada, que chegou aos cinemas nesta quinta (4). Mas de todos os nomes no elenco (Guta Stresser, Sidney Magal, Danielle Winits), famosos seja pela TV ou pela web, quem rouba a cena é Letícia Lima. No papel de Suellen, uma jovem suburbana louca pra casar, com furor sexual para esbanjar, Letícia arrebatou até os críticos que torceram o nariz para o humor escrachado do longa-metragem, cuja trama, ambientada em um motel, é decalcada da literatura de Luís Fernando Veríssimo.
"Não sou humorista, sou uma atriz que também faz humor, e que inclui o improviso em sua composição de personagem, que vem da observação de tipos que eu vejo nas ruas. O bloco de notas do meu celular é cheio de anotações de falas, de jeitos de andar, de características de pessoas que vejo por aí", diz Lima ao Omelete. "Eu tento, a partir do entendimento das tramas, colocar minhas personagens em situações engraçadas, sem que elas tentem fazer graça".
Na trama, um acontecimento inesperado surpreende os casais durante seus encontros amorosos em no Zéffiro’s, cujos quartos hospedam as mais loucas (e engraçadas) peripécias sexuais. Repentinamente cercado pela polícia, pela imprensa e por curiosos após o incidente, o local vira o alvo das atenções da mídia e da lei. O cineasta por trás desta narrativa é Hsu Chien, chinês radicado no Brasil respeitado como sendo o maior assistente de direção do cinema nacional.
"Minha preocupação era não exagerar na sensualidade, pois não queria ficar vulgar. A Suellen quer casar com seu namorado e isso tem que chamar mais atenção do que a lingerie que ela usa", explica a atriz, encarada como um dos maiores talentos do humor no país, de sua geração, desde que apareceu nos esquetes do Porta dos Fundos.
Ainda este ano ela será vista na comédia Duas de Mim e numa narrativa de tintas dramáticas sobre o fim do mundo: 98%, de Ian SBF, com quem fez Entre Abelhas (2015). "Neste filme as pessoas vão poder ver um outro lado meu", diz a atriz, nascida em Três Rios, no estado do RJ. "Minha cidade é quase um subúrbio da Região Serrana. Levei isso pra Suellen".
