Ney Matogrosso confessou que dois momentos da produção de Homem com H, o seu filme biográfico estrelado por Jesuíta Barbosa, o fizeram "desmoronar". O cantor falou à imprensa durante coletiva acompanhada pelo Omelete em São Paulo (SP).
"A primeira coisa que eu falei com o Esmir [Filho, diretor e roteirista do longa] foi que dizem muita coisa, escrevem muita coisa ao meu respeito que é loucura, que é mentira. Nesse filme não pode ter mentira, tudo que a gente colocar tem que ser verdade. E eu fiquei satisfeito quando assisti, porque tudo que está ali é verdade", comentou.
Matogrosso ainda contou que não quis interferir demais no processo de Filho, mas que leu nada menos do que 12 versões diferentes do roteiro - entre as 17 que o cineasta diz ter aprontado até chegar à versão final. O cantor também visitou o set de gravações por um dia, e teve sessão privada para ver o resultado final.
"Na primeira vez que vi, eu me descontrolei. E eu não me descontrolo, vocês me conhecem, sabem que eu sou duro na queda!", comentou Ney. "Mas com esse filme foram duas vezes. A primeira tinha sido quando eu fui ver as filmagens, era uma cena em que eu chegava para o Marco [de Maria, companheiro de longa data do cantor, que faleceu em decorrência da AIDS], ele já doente, e mostrava o meu exame com o resultado negativo. Eu vi essa cena, e os atores estavam tão convincentes que senti uma coisa muito intensa".
Depois dessas duas experiências, no entanto, Matogrosso se considera "vacinado". "Quando eu vi o filme a segunda vez, com o Jesuíta, já sabia o que ia aparecer lá. E aí estava todo mundo chorando ao meu redor, e eu lá comendo minha pipoca", brincou.
Homem com H acompanha a história de Ney Matogrosso desde a infância em Bela Vista, marcada pela violência homofóbica do pai, até a trajetória com o Secos e Molhados, a carreira solo e as paixões por Cazuza (vivido por Jullio Andrade) e Marco de Maria (Bruno Montaleone).
O longa já está em cartaz nos cinemas.
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