Filmes

Entrevista

Jodie Foster fala sobre sua volta às raízes televisivas com Jogo do Dinheiro

No posto de diretora, a atriz de O Silêncio dos Inocentes faz de George Clooney o Silvio Santos de um reality Show financeiro

26.05.2016, às 13H08.
Atualizada em 05.12.2016, ÀS 21H04

Foi pela televisão que Jodie Foster começou sua carreira, 47 anos atrás, quando tinha apenas seis aninhos, numa participação em The Doris Day Show, na CBS. Falar de TV, como ela faz no thriller Jogo do Dinheiro (Money Monster), que estreia nesta quinta (26) no Brasil, é mais do que uma volta aos origens: é uma reflexão sobre o lado mais pop da indústria do entretenimento, na qual ela construiu uma das mais sólidas reputações em Hollywood.

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“Apesar de ter adotado o ambiente financeiro como pano de fundo para esta trama, ela é um painel sobre diferentes manifestações culturais da sociedade americana, que nasceu como sátira de costumes dos EUA e virou algo mais globalizado sobre o papel da TV”, disse Jodie no recém-encerrado 69º Festival de Cannes, onde a produção teve uma calorosa acolhida, em projeção hors-concours, sendo considerado pela crítica um dos achados estéticos do evento, por seu timbre de suspense crescente.

Dona de dois Oscars de melhor atriz, conquistados com Acusados (1988) e O Silêncio dos Inocentes (1991), e titular de uma bissexta carreira como realizadora iniciada há 25 anos, Jodie vem somando fortuna com eles nas bilheterias dos EUA e da Europa: sua receita até aqui está estimada em US$ 38 milhões. Nesta produção de US$ 27 milhões, George Clooney entra em cena como Lee Gates, espécie de Silvio Santos de um programa de TV sobre fianças – o reality show Money Monster - da qual Julia Roberts é a produtora Patty Fenn. Tudo lá vai bem até que o estúdio é invadido por um motorista desempregado, falido e armado, Kyle, vivido por Jack O’Connell. Embalado num colete de explosivos, Kyle está disposto a tudo para entender porque o investimento que ele fez, sob a influência do programa de Gates, deu errado, levando-o à bancarrota.

“Existiu um sabor mais experimental nesse projeto com o fato de ser uma produção de pequeno orçamento, na qual eu precisei ajustar detalhes do roteiro para me adequar à realidade que tínhamos e que ficou mais doce com a entrada de George. Lembro de ter mandado o roteiro para ele pedindo a sugestão de uma atriz que não nos dissesse ‘Não!’ para o papel da produtora. Aí ele ligou para... Julia Roberts”, disse Jodie, feliz com o apoio do amigo Clooney, que, como ela, também começou via televisão.

A presença dele e de Julia garantiu a ela segurança para investir em veredas mais tensas que a do terreno das comédias dramáticas, instância que ela desbravou como diretora ao filar Mentes Que Brilham (1991), Feriados em Família (1995) e Um Novo Despertar (2011). Agora, ela ataca um gênero nas raias da ação, temperando com adrenalina os esforços de Gates para sobreviver à ira de seu agressor e ajudá-lo a desvendar a verdade sobre uma fraude.

“Um filme como este, com a verba que tínhamos, necessitou ser reescrito muitas vezes, sempre com a ideia de que estamos transmitindo ao espectador a sensação de fracasso sob diferentes pontos de vista, desde o do invasor até o de Gates”, disse Jodie, cotada para dirigir um telefilme no canal Sony chamado Charlie, sobre uma alcoólatra em busca de um cachorro que acredita ser a encarnação da alma de sua mãe. “Minha preocupação em cada etapa do roteiro era dar mais profundidade às personagens femininas, sobretudo a produtora vivida por Julia, a fim de expor que parceria ela tem com o personagem de George”.

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