<i>Paixão de Cristo</i> tem previsões promissoras
<i>Paixão de Cristo</i> tem previsões promissoras
Mel
Gibson já pode começar a comemorar! O instituto de pesquisas
Nielsen afirma que A Paixão de Cristo
(The Passion of the Christ), filme do cineasta que narra as doze horas
finais de Jesus Cristo, terá uma bilheteria entre 15
e 30 milhões de dólares em seus primeiros três
dias em cartaz. A expressiva arrecadação,
suficiente para bancar a produção, será fruto de uma intensa
cobertura da mídia e interesse de praticamente todos os grupos religiosos
cristãos.
Duvida? Então saiba que em Plano, Texas, dois membros de uma enorme congregação batista compraram um multiplex com 20 salas para acomodar os 6 mil fiéis da igreja, que assistirão juntos ao filme em seu lançamento. Em Costa Mesa, outra igreja está cancelando cultos na estréia e alugou 10 salas de cinema. Em Dallas, um patrocinador da corrida NASCAR planeja redesenhar o exterior de seu carro para promover o filme. Em Riverside, outra igreja batista colocará uma propaganda dizendo Você tem perguntas, nós temos a resposta antes do filme.
Se você acompanha as notícias do Omelete, sabe que o novo projeto de Gibson está rodeado de polêmicas desde seu início. O primeiro problema criado foi a escolha de usar apenas línguas faladas na época da morte de Jesus Cristo, os extintos latim e aramaico. Isso fez com que o filme fosse inteiro legendado, algo que os americanos odeiam.
De lá pra cá, não faltaram novos assuntos delicados. Sem dúvida, o que mais chama atenção da mídia é o fato de que muitas associações judaicas dizem que o filme pode fomentar um anti-semitismo, pois mostra os judeus como os culpados pela morte de Jesus Cristo.
Cristão fervoroso, Gibson, havia dito que o roteirista Ben Fitzgerald se basearia nos evangelhos de Lucas, João, Matheus e Marcos. Sem dúvida outro assunto delicado, pois só mostra um lado da história, o dos seguidores de Cristo.
Mais tarde, enquanto filmava na Itália, Gibson viu seu nome ser novamente citado. Desta vez porque A Paixão de Cristo seria violento demais. Nada mais justo, afinal, a história mostrará as últimas 12 horas da vida do Salvador, e incluiria torturas e a própria crucificação de Jesus.
As últimas polêmicas aconteceram semana passada. Primeiro o jornal The New York Times entrevistou o pai de Mel, Hutton Gibson, que acabou dizendo que acha exagerados os números do Holocausto. A declaração deixou os judeus ainda mais bravos com a família Gibson. Dias depois, após uma sessão teste do filme, o cineasta-ator decidiu excluir da versão final uma cena que mostrava o sacerdote Caiaphas colocando uma maldição sobre seu povo, os judeus, durante a crucificação de Jesus: O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos. O texto é uma passagem de Mateus 27:25. Algumas pessoas acharam que isso seria um reflexo de que Gibson estaria amolecendo depois de tantas críticas.
O
ator Jim Caviezel, que interpreta Jesus Cristo, o defende dizendo
que o filme é bastante semita. Entre suas alegações, está
a escolha de alguém bem diferente de um ariano de olhos azuis para interpretar
Jesus. Caviezel, que foi atingido por um raio enquanto filmava uma cena do Sermão
do Monte, disse à Entertainment Weekly que Gibson
não é nem um pouco anti-Semita. Nunca vi nada assim nele. Maia
Morgenstern [que interpreta a Virgem Maria] é esta linda judia
cujos pais foram vítimas do Holocausto. Todo dia ele falava para ela
Maia, me fale sobre suas tradições. Podemos fazer isso?.
A própria Morgenstern disse em entrevista à Associated Press
semana passada que não acha o filme anti-Semita.
Gibson se defende dizendo que em seu filme, não há uma acusação contra os judeus. Tudo o que ele queria mostrar é que existiu uma pessoa que se sacrificou em nome de todos os demais humanos. Minha intenção levando esta história para as telas é de criar uma obra de arte duradoura que gere um debate sério entre um público de diferentes credos (ou de nenhum) com um conhecimento diverso dos fatos, completou o realizador.
Enfim, o filme é ou não anti-Semita? Mesmo não sendo a intenção, podem haver fatos que prejudiquem a imagem dos judeus. Eles estão certos em protestar? Era necessário mostrar tanta violência? Todas estas dúvidas começarão a ser solucionadas no dia 25 de fevereiro, quando o filme entra em cartaz nos Estados Unidos e Oceania. Aqui no Brasil, A Paixão de Cristo, chegará um mês depois, em 26 de março.
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