Indicados falam sobre <i>Cidade de Deus</i> no Oscar

Fernando Meirelles (diretor), Bráulio Mantovani (roteirista) e Daniel Rezende (montador) comentaram a participação de Cidade de Deus no Oscar 2004.

O filme foi indicado em quatro categorias - Melhor diretor, Roteiro adaptado, Montagem e Fotografia - perdendo nas três primeiras para O Senhor dos Anéis: O retorno do Rei e na última para Mestre dos Mares.

"Venceu o que era lógico e razoável. A Academia criou este prêmio para valorizar e promover o cinema americano. Cidade de Deus era reconhecidamente a zebra mais listrada deste ano. Acho até que fomos longe e todos nós, os criadores ou jóqueis desta zebra, estamos orgulhosos e felizes pela sua performance. Objetivamente este filme contribuiu com sua parte para o movimento de reconquista do mercado interno para filmes brasileiros. Criou oportunidade para roteirista, montador, produtores e atores estreiantes. Ajudou a aquecer o interesse internacional pelo cinema brasileiro e pela nossa cultura e ainda gerou um filhote interessante na TV, Cidade dos Homens. Fora a ONG Nós do Cinema, que está permitindo a profissionalização de muitos garotos na área do cinema. Já valeu! Mas para que a avaliação final seja ainda mais positiva bastaria que o governo federal, o governo do estado e a prefeitura do Rio cumprissem as promessas feitas no ano passado em relação a Cidade de Deus (o bairro). Os moradores poderiam também participar juntos deste nosso coro que grita: Perdemos mas valeu".
Fernando Meirelles, de Los Angeles

"Era esperado... as indicações do filme já valeram como um prêmio. Não estou decepcionado, ao contrário: o Cidade de Deus foi mais longe do que eu jamais poderia esperar. Estou feliz com tudo o que aconteceu com o filme".
Bráulio Mantovani, de Los Angeles

"Beleza, fica para a próxima. A vitória do “Senhor dos Anéis” é mais do que merecida. A inesperada indicação foi mais do que um prêmio para todos nós... "

Daniel Rezende, de Los Angeles