<i>Hitch - Conselheiro Amoroso</i>: A coletiva de imprensa
<i>Hitch - Conselheiro Amoroso</i>: A coletiva de imprensa
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![]() Smith, Mendes e Tennant no Rio |
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O astro Will Smith veio ao Brasil para lançar seu filme mais recente, Hitch - Conselheiro Amoroso (2004).
Normalmente, as distribuidoras trazem os protagonistas de suas produções para ajudar na divulgação e assim incrementar o resultado das bilheterias. Mas como estamos em época de Oscar, esse filme dificilmente seria lançado agora no país, apenas uma semana depois de sua estréia nos Estados Unidos e disputando espaço com os indicados ao maior prêmio de Hollywood. O grande motivo do lançamento apressado é que Smith queria muito conhecer o Carnaval do Rio de Janeiro e suas mulatas...
De olho na famosa festa, ele decidiu começar a divulgação do filme justamente por aqui. Assim, pôde assistir ao desfile das escolas de samba campeãs do grupo especial. Sua comitiva contava com 40 amigos, que vieram só para aproveitar. O astro e seus acompanhantes ocuparam quase dois andares de um luxuoso hotel em Ipanema e tiveram um agenda repleta de compromissos prazerosos.
A intenção de Smith é tão descarada que o ator escolheu a Cidade Maravilhosa a contragosto dos organizadores, já que esse tipo de evento geralmente acontece em São Paulo, onde estão as matrizes da maioria das distribuidoras de cinema. Tive essa confirmação da boca do próprio Smith, depois de derrubar as luzes de um programa sobre cinema de um canal por assinatura e burlar as regras impostas pelo manager do ator. Com muito custo, consegui chegar perto o suficiente para fazer uma pergunta:
- Will, por que o Brasil?
Smith nem pestanejou na resposta: Cara, é um velho sonho estar aqui nessa época! Enquanto eu me preparava para perguntar mais alguma coisa, seu segurança pessoal, um armário ambulante, me afastou rapidamente aos berros: Esta é uma sessão de fotos, é proibido perguntar qualquer coisa ao Will Smith!!!
Fora essa pequena frase, não houve outra interação do astro conosco. Ele se negou a participar da coletiva de imprensa, que contou apenas com sua companheira de cena, Eva Mendes (Por um triz, + Velozes + Furiosos), e o diretor Andy Tennant, e só posou para fotos.
Porém, vale destacar que alguns veículos, tidos pelos os organizadores do evento como os mais representativos, tiveram suas entrevistas exclusivas com o astro. Só gostaria de entender qual foi o critério dessa escolha, já que o pessoal do marketing da própria Columbia Pictures me confessou que a Internet é atualmente uma das mídias mais importantes na divulgação e, convenhamos, algumas das empresas escolhidas sequer têm como hábito tratar sobre cinema.
Entretanto, depois de algumas perguntas feitas
pelos presentes durante a coletiva com Andy Tennant e Eva Mendes, até dá
para entender o porquê dessa manobra. Infelizmente, há neste meio pessoas
que se apresentam como jornalistas, mas estão lá apenas pela boca livre e para
tietar. Quando este povo se arrisca a falar, prepare-se para o pior. Teve gente
que, desnecessariamente e sem muita hospitalidade, fez questão de afirmar
que estava no Brasil e por isso só iria falar
Siga agora com as passagens mais interessantes da coletiva:
Andy, por que as comédias românticas o atraem tanto e quais são seus projetos futuros?
Andy: O que me atrai é poder trabalhar com mulheres bonitas como a Eva. Já trabalhei com a Jodie Foster, Salma Hayek e a Reese Witherspoon. Gosto do gênero comédia romântica por ser mais divertido. Não sou de filmar grandes épicos. Um dos meus planos para o futuro é um filme com a Julia Roberts.
Eva, como é que interpretar uma jornalista de fofocas sobre astros?
Eva: É desagradável, pois uma fofoca costuma sempre ser prejudicial. Percebi também que os ataques aos famosos não são pessoais, mas só mais um trabalho. Se você está na linha de fogo, como celebridade, é provável que seja atingido.
Como surgiu a idéia de finalizar o filme com os personagens dançando e por que Nova York sempre é palco das comédias românticas?
Andy: Queria terminar o filme de uma forma diferente do que o tradicional beijo entre os protagonistas. Com a dança, eu sabia que o público iria se divertir. Escolhi Nova York porque me apaixonei lá, me casei lá e morei um pouco abaixo da Rua 14. Queria mostrar ao espectador esse outro lado de Nova York e evitar as típicas cenas da cidade.
Como você gosta de mulheres e cenários bonitos, você tem vontade de filmar no Brasil?
Andy: Depois do primeiro dia no Brasil comecei a pensar nisso. Andei pela praia e conversei com vários estranhos e fiquei entusiasmado com a possibilidade de filmar aqui. Não só as mulheres, mas também os homens são bastante bonitos.
Como foi a processo de escrever o roteiro, já que o Will Smith é famoso pela improvisação? Esse projeto pode ser considerado um projeto pessoal do Will já que ele é o produtor?
Andy: Fui convidado para filmar esse projeto pela produtora do Will e me interessei por ser uma comédia romântica no ponto de vista masculino. O próprio pôster do filme é a foto de um homem, o que é bem diferente. Nunca fiz um filme como esse. No meu filme anterior, Doce Lar (2002), eu filmei com o roteiro pronto. Já desta vez, ele foi reescrito várias vezes por mim e pelo Will. Assim não teve muito espaço para a improvisação. Por exemplo, a cena do beijo entre o Will e Kevin James foi reescrita na manhã da filmagem, que só ocorreu às 4h da tarde. A cena demorou duas horas para ficar pronta.
É difícil fugir do estereótipo de atriz latina? Qual o personagem você sonha interpretar?
Eva: É difícil fugir desse estereótipo. Gostaria de ser conhecida como Eva Mendes a atriz e não Eva Mendes a atriz latina. Você não escuta que esse ou aquele é o ator judeu. Mas sinto orgulho de ser latina. Gostaria de interpretar a personagem Sandy do filme Grease - Nos Tempos da Brilhantina (1978).
Como foi a escolha do ator Kevin James para interpretar Albert?
Andy: Kevin sempre foi a nossa primeira opção. Chegamos a fazer uma busca, mas concluímos que ele era perfeito para o papel. Ele tem um ótimo timing para comédia e já tinha provado isso com o seu personagem no seriado King of the Queens [exibido no canal Sony].
Como foi que você conseguiu trocar a carreira de dançarino para a de diretor de cinema?
Andy: Eu me formei numa faculdade de música e tinha um sonho que seria o próximo Gene Kelly. E logo depois da formatura foram abertos testes para o elenco do filme Grease. Fui um dos escolhidos e participei da famosa cena de dança do carro com o John Travolta. Durante as filmagens fiquei mais interessado no trabalho de bastidores e procurei me relacionar com o pessoal da técnica. Coincidentemente, quando estávamos filmando Grease, Warren Beatty estava filmando O céu pode esperar (1978). Toda vez que podia dava uma escapada para assistir às filmagens. Depois disso fiz um curta e comecei a escrever para televisão. Meu pai sempre disse que o segredo da vida é a habilidade de lidar com o plano B e é isto que estou fazendo.
É comum existir a profissão do personagem Hitch nos Estados Unidos?
Eva: Isso não é comum, mas bem que podia existir.
Andy: O que queria nesse filme era mostrar um Will Smith mais humano e vulnerável, diferente dos personagens heróicos que ele está acostumado a fazer.
Até aí, a coletiva estava bastante interessante e agradável. Isso só mudou quando alguém perguntou se Andy Tennant gostava do Jim Carrey, confundindo o astro cômico com o já citado Gene Kelly. Com muito bom humor, Andy respondeu que namorou Jim há alguns anos, mas que agora eles eram apenas bons amigos. As gargalhadas gerais resultantes foram a brecha perfeita para a assessora de Andy terminar a coletiva. Um final típico de uma comédia romântica.






