Hollywood começa nova campanha contra a pirataria
Hollywood começa nova campanha contra a pirataria
Com as primeiras cópias de Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban e Shrek 2 já aparecendo na Internet, Hollywood lança mais uma campanha contra a pirataria.
Uma coleção de anúncios no New York Times, Washington Post, Los Angeles Times e outras publicações, incluindo cem jornais universitários, vão tentar, mais uma vez, convencer o público americano que copiar filmes é ilegal. O chefe da campanha, como sempre, é o presidente da MPAA (Motion Picture Association of America), Jack Valenti, que anunciou que vai aposentar-se em breve e parece querer encerrar sua carreira vencendo a indústria da cópia ilegal.
Em entrevista à Reuters, Valenti concordou que não há como saber se o anúncio terá algum efeito, mas considera estar defendendo um milhão de empregos da indústria cinematográfica. Ele não fez nenhum comentário, no entanto, quanto aos preços dos DVDs em todo o mundo, um dos argumentos usados pela maioria das pessoas que baixam filmes gratuitamente pela rede.
O objetivo principal da nova campanha é informar pais e estudantes sobre como a pirataria afeta a economia e a criação de empregos e os riscos de envolvimento no tráfico ilegal de filmes. Valenti também quer que os pais saibam que os programas usados por seus filhos pra baixar filmes podem deixar o computador da casa aberto a roubo de dados financeiros e pessoais. Como muitos adolescentes já possuem seu próprio computador, longe do imposto de renda de seus pais, é certo que Valenti em breve deve iniciar outra campanha apoiando maior vigilância dos adultos sobre o que seus filhos fazem na rede.
Além dos anúncios impressos, a MPAA está aumentando seu monitoramento dos filmes disponibilizados na Internet, o que já levou à identificação e prisão de um pirata no início do ano e expulsão de um ator da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Novos métodos de identificação e codificação também estão sendo desenvolvidos para evitar que filmes sejam copiados. Junto aos estudantes, a campanha vai incentivar a adoção de códigos de conduta para uso de computadores nas universidades. A MPAA também está trabalhando com a organização Junior Achievement, na qual os alunos a partir da quinta série estão aprendendo sobre direito autoral e proteção à propriedade intelectual. Dois trailers estão sendo exibidos em todas os cinemas dos Estados Unidos informando o público quanto aos riscos da pirataria, e anúncios também estão sendo exibidos na TV. O esforço da MPAA é apoiado pela força tarefa de proteção à propriedade intelectual do Departamento de Justiça.
Num país onde o securitário Tom Clancy agora vive de direitos autorais, o funcionário de locadora Quentin Tarantino fez fortuna com seus filmes e atores recebem residuais pela reprise de séries, é provável que uma parte do público concorde que defender o pagamento pelo trabalho intelectual faz mesmo sentido.
Além de atacar a cópia ilegal, a MPAA faz campanha a favor de sites como o CinemaNow e Movielink, nos quais é possível baixar filmes legalmente.