História do boxeador gay Emile Griffith será contada no cinema
História do boxeador gay Emile Griffith será contada no cinema
Mais
um boxeador legendário ganhará uma cinebiografia. Desta vez é o estadunidense
Emile Griffith, em Ring of fire. Mas sua história é uma
pouco diferente das demais - e tem tudo para provocar mais controvérsia na telona.
Griffith, hoje com 68 anos, sofreu preconceitos dentro e fora dos ringues por
ser gay.
A Columbia e a Paramount contrataram George C. Wolfe (do telefilme Lackawanna Blues) para dirigir o longa, versão ficcionalizada do documentário Ring of fire: The Emile Griffith story, por sua vez criado a partir da biografia de Griffith escrita por Ron Ross e publicada no final de 2004.
O livro, o documentário - e o filme de ficção - se concentram na luta que mudou toda a vida do boxeador. Na noite de 24 de março de 1962, Griffith disputava pela terceira vez o título mundial dos meio-médios contra Benny Kid Paret. Durante a pesagem, repetindo um gesto ocorrido na segunda luta, em 1961, Paret o chamou de maricón (bicha, em espanhol). Desta vez ainda apalpou-lhe a bunda diante da multidão de jornalistas e fotógrafos. Já na luta, Griffith derrubou-o por nocaute no décimo-segundo assalto. Inconsciente, Paret ficou em coma por uma semana antes de morrer.
Ninguém tem mais rounds em disputas de títulos mundiais na história do boxe do que Griffith: 339 assaltos. Ficou conhecido também pela persistência - sempre que perdia um título, agendava outra luta com o oponente para recuperar o cinturão, e conseguia. São o preconceito, a culpa e o fardo de 1962, porém, que marcaram sua vida. Em 1992, Griffith esteve perto de morrer depois de ser surrado quando saía de um bar gay em Nova York. A noite fatídica ficou também na memória da mulher e dos filhos de Paret. Tudo isso deve constar no filme.
Quem está escrevendo o roteiro é Stephen Adly Guirgis, dramaturgo conhecido por montagens de teatro como The Last Days of Judas Iscariot e Our Lady of 121st Street. Scott Rudin e Dan Klores produzem o filme.