Brian Taylor não acha que os filmes de terror de grande orçamento, produzidos pelos maiores estúdios de Hollywood, são lá muito assustadores. Em entrevista ao Omelete, o cineasta e o ator Jack Kesy falaram sobre o desafio de fazer Hellboy e o Homem Torto, que segue a deixa dos quadrinhos de Mike Mignola ao se aproximar do horror - e que foi realizado com um orçamento modesto de US$ 20 milhões.
“Eu sei que há alguns filmes de terror com grandes orçamentos, com efeitos de CGI e coisas assim, mas nunca acho eles muito assustadores, sabe? Alguns deles são divertidos, como um passeio de montanha-russa, mas não realmente assustadores. Para me deixarem tensos, os filmes precisam ser menores, e mais sujos… para me assustarem, eles não podem me impressionar”, comentou Taylor.
- [Entrevista] Hellboy e o Homem Torto foi feito para agradar só Mike Mignola, diz diretor
- [Entrevista] Maquiagem de Jack Kesy demorava 6h para aplicar, e 2h para tirar
Até por isso, o cineasta acredita que Hollywood está vivendo um ótimo momento para o gênero do terror - dentro de um cenário em que somente produções gigantescas, encabeçadas por blockbusters de super-heróis, parecem atrair o público, os filmes de horror conseguem fazer o mesmo com uma fração do custo.
“Quando penso em alguma coisa aterrorizante, penso naquele momento em que estou andando na rua à noite e ouço um barulho minúsculo, no escuro. Aquilo me arrepia inteiro! Isso é o terror, e alcançar esse efeito não é caro”, explicou ele. “Os filmes de 100 ou 200 milhões de dólares estão trabalhando duro para te impressionar, visualmente, mas impressionar é muito mais caro do que incomodar”.
Ao considerar o que leva o público aos cinemas hoje em dia, Kesy se apoia em uma crença mais elemental: “Eu não consigo dizer com certeza, mas acho que as pessoas estão atrás de algo melhor. Eles estão com fome de algo bom, seja no gênero de terror ou não… eu sei que as pessoas ao meu redor estão procurando isso, você conversa com elas e ouve: ‘Queria que tivesse algo bom no cinema de novo’. Espero que voltemos a ter coisas boas na tela grande, não só no terror, e nem só nos grandes blockbusters”.
- [Entrevista] Hellboy e o Homem Torto apostou em efeitos práticos: “Silicone e lubrificante”
- [Entrevista] Hellboy transaria com a Cuca e tomaria porre com o Etevaldo, diz Jack Kesy
Em Hellboy e o Homem Torto, o Vermelhão está em uma missão pela BPRD durante os anos 1950 quando topa com um vilarejo arrasado, mas lotado de bruxas, todas sob o comando do Homem Torto do título. Ao lado da parapsicóloga Bobbie Jo (Adeline Randolph), Hellboy busca libertar os habitantes dessa maldição, e talvez descobrir um pouco mais sobre o seu passado.
Hellboy e o Homem Torto já está em cartaz nos cinemas brasileiros.
