Globo de Ouro faz acordo com Receita Federal para pagar impostos dos presentinhos às celebridades

A festa de entrega do Globo de Ouro, que acontece nesta segunda-feira, dia 15, no Hotel Beverly Hilton, em Los Angeles, vai ser um pouco diferente este ano. As sacolinhas de presentes, um hábito hollywoodiano, estarão consideravelmente mais leves graças à ação do governo.

A Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood, responsável pelo Globo de Ouro, anunciou um acordo com a Receita Federal estadunidense que prevê o pagamento de impostos sobre os brindes distribuídos pelos patrocinadores do evento. Criado nos anos 80 como forma de agradecer aos apresentadores, que não recebem por entregar os prêmios, o hábito de presentear transformou-se numa indústria.

Só em 2006 as cestas de presentes do Globo de Ouro continham mais de vinte mil dólares em mercadorias, incluindo jóias, uma viagem à Antártida, eletrônicos e acessórios de grifes famosas. No ano passado, a US Internal Revenue Service, equivalente à nossa Receifa Federal, divulgou um comunicado pouco antes da cerimônia de premiação do Oscar em que lembrava que os presentes deviam ser listados no imposto de renda das celebridades. O IRS também determinou que os impostos referentes aos anos anteriores deveriam ser pagos. O anúncio fez com que as organizações do Globo de Ouro e do Oscar abandonassem o oba-oba.

O acordo entre os organizadores do Globo de Ouro e o imposto de renda determina que a Hollywood Foreign Press Association vai pagar os impostos referentes aos presentes entregues até 2005. A partir de agora, no entanto, a carga tributária fica sobre os ombros dos ganhadores. Um acordo similar foi feito pela Academia. Os organizadores dos prêmios Emmy também solicitaram às empresas que entreguem seus presentes devidamente acompanhados de uma declaração escrita de responsabilidade pelo pagamento de impostos.

A ação tem o objetivo óbvio de reforçar a idéia de que todos devem pagar impostos, inclusive estrelas ganhadoras de celulares decorados com cristais, bolsas de dois mil dólares e edições especiais de sandálias. A imagem de poder e, acima de tudo, do alcance do imposto de renda é forte no país desde a prisão de Al Capone. Em uma declaração oficial, o representante do IRS resumiu a origem da ação: a rapidez com que a indústria dos presentes cresceu é mais estranha que a ficção.