Frankenstein | 5 diferenças entre o filme da Netflix e o livro
Filme chega aos cinemas esta semana e ao streaming em novembro
Uma das maiores apostas da Netflix para 2025 e uma das esperanças do streaming para as premiações e para o Oscar 2026 é Frankenstein, novo filme de Guillermo del Toro e uma das obras mais amadas pelo diretor, como o próprio não cansa de dizer. As adaptações da obra de Mary Shelley aparecem no cinema desde a década de 1930, com Boris Karloff, e já foram feitas em diversos conceitos, seja com uma história mais moderna ou mantendo o clássico.
Com a nova produção chegando ao cinema - e ao streaming no início de novembro -, essa paixão de Del Toro ganhará as telas com um elenco estrelado que conta com Oscar Isaacs, Jacob Elordi, Mia Goth, Christoph Waltz e outros, além de uma produção multimilionária, que permitiu ao diretor criar cenários gigantescos e utilizar tudo que o cinemão hollywoodiano pode garantir.
Mas aos fãs da obra de Mary Shelley fica a pergunta: o diretor se manteve fiel ao livro que é considerado a primeira grande obra de ficção científica da história?
Se você ainda não assistiu ou não conhece a história e não quiser spoilers, assista ao filme e volte aqui!
1. Frankenstein (o filme) é mais emocional
Mary Shelley foca muito de sua história no horror gótico e na ambição científica de Victor Frankenstein. A autora mergulha nas consequências morais da criação e no isolamento desse ser que não pertence ao nosso mundo. Já o filme de Guillermo del Toro foge da história de horror, se apoiando muito mais no drama emocional, no abandono, culpa e redenção.
Segundo o próprio diretor, seu filme reflete muito mais a dinâmica de pai e filho - tanto de Victor com seu pai quanto do cientista e sua Criatura -, tornando a dinâmica dos personagens de Oscar Isaacs e Jacob Elordi muito mais pessoal.
2. Motivações dos personagens
A obra original traz a Criatura de Frankenstein muito mais violenta, assassinando pessoas próximas ao cientista em atos de revolta por sua frustração e isolamento. Já no novo filme, Del Toro faz mudanças mais impactantes mudando relacionamentos para servir à narrativa, como Elizabeth, que ganha traços mais modernos de moralidade. Enquanto no livro a personagem é apaixonada por Victor, no filme ela desenvolve uma raiva ao longo das descobertas que faz com sua criação.
Mas a grande mudança vem na figura da Criatura, que protagoniza toda a segunda metade do filme e é retratada de forma mais empática, deixando de lado a ideia de vilão que o livro carrega. Seu contato com a humanidade é muito mais para descobrimento, mas que acaba em conflito pela não aceitação de quem ele é. Um exemplo é William, irmão de Victor. No filme ele acaba morto quando a Criatura é atacada e o homem bate a cabeça. No livro, monstro estrangula William como forma de ferir o irmão. No filme de Del Toro, a única pessoa que a Criatura caça de fato é Victor.
3. Personagens novos e ausentes
Uma das criações de Del Toro para a história é o personagem de Christoph Waltz, chamado Heinrich Harlander. Ele é um rico fabricante de armas e tio de Elizabeth, que ajuda Victor a construir o experimento da Criatura. Durante a história, entendemos que ele tem uma razão própria para querer enganar a morte, já que está doente. Heinrich acaba morto em uma briga com Victor, que depois acusa sua criação para escapar do crime. O personagem não existe no livro de Mary Shelley.
Ao contrário de Justine, personagem secundária do livro, mas um dos golpes mais duros da Criatura contra Victor. O monstro a incrimina pela morte do irmão de seu criador e a jovem acaba morta. Isso acaba aumentando ainda mais a dor de Frankenstein, elevando a tragédia da segunda metade da história. Com o foco maior em William, ela acaba cortada da história do filme.
4. Reconciliação entre Frankenstein e sua criatura
Ao contrário do livro, Del Toro cria um momento muito mais humano entre criador e criatura. Ao colocar o monstro na cabine do capitão do navio já na metade da história, ele narra sua trama para o comandante e Victor, contando todos os lugares por onde passou e a vida escondida e sua amizade com o homem cego que lhe acolheu e ensinou. Ao final, mostrando tudo de ruim que Victor lhe causou e a humanidade que alcançou, o criador pede perdão e o monstro aceita - se portando mais humano do que qualquer um poderia esperar. Victor o chama de “filho” antes de morrer.
Já no livro, Victor morre antes da Criatura chegar ao barco. O monstro então carrega o corpo de seu criador, lamentando que eles não tenham tido um desfecho para a história.
5. O destino da Criatura de Frankenstein
Com o foco maior na humanidade do “monstro”, Del Toro dá um final mais esperançoso ao personagem que, após a morte de Victor, ajuda o navio preso no gelo a se soltar e retornar para casa. Ele então caminha pela neve em direção ao sol, onde termina livre - abraçando a vida como seu criador disse antes de morrer - e sentindo o calor e a luz baterem em seu rosto.
A obra de Mary Shelley é muito mais pessimista, com a Criatura devastada pela morte de Victor. Ele então decide criar uma pira para queimar o corpo do criador e deixa implícito que fará o mesmo com ele, dando fim ao legado de Frankenstein.
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