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"Fiz Ned Rifle com financiamento coletivo para preservar minha aposta na criação alternativa", diz Hal Hartley

Diretor ganha retrospectiva na Caixa Cultural do RJ

RF
26.01.2018, às 14H50.
Atualizada em 02.02.2018, ÀS 19H03

Ícone da independência criativa no cinema americano, famoso por um humor sutil e abrasivo chamado de “razão cínica”, o diretor Hal Hartley (de Flerte) terá seus maiores cults projetados até o dia 4 de janeiro na Caixa Cultural do Rio de Janeiro, que exibe na próxima terça-feira (dia 30), às 17h, a produção Ned Rifle. Coroado na Europa com elogios das mais prestigiadas revistas especializadas em crítica cinematográfica, o longa-metragem é o tomo final de uma trilogia formada por As Confissões de Henry Fool (1997) e Fay Grim (2006) e acompanha as angústias de um jovem destinado a matar o próprio pai. O projeto foi feito a partir de financiamento coletivo, saída que Hartley encontrou para filmar com liberdade.

Divulgação

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“Sou fã de diretores clássicos do faroeste como Howard Hawks e John Ford que conseguiu imprimir sua própria identidade criativa mesmo filmando sob ditames da indústria. Da mesma forma, aprendi dramaturgia com as peças de Molière, que, à sua época, desafiou convenções do teatro francês e tornou-se um sucesso sem perder a própria identidade. Hoje, a forma que temos de reproduzir o gesto desses grandes autores é buscar suporte nas redes sociais”, disse Hartley ao Omelete por email. “Tem gente nos EUA hoje que consegue levantar até US$ 5 milhões usando as ferramentas de crowdfunding a partir de boas ideias, de originalidade, da aposta em temas mais intimistas. Fiz Ned Rifle com US$ 390 mil que levantei por financiamento coletivo, a fim de preservar minha aposta na criação alternativa".

Consagrado a partir da década de 1990 com o êxito de Confiança em Sundance, Hartley é dono de um estilo palavroso, de timbres existenciais, influenciado por suas pesquisas acerca da precisão e da experimentação musical.

“Kevin Smith colocou nos agradecimentos de O Balconista: ‘Obrigado Hal Hal Hartley por mostrar o caminho’. Isso porque Hartley é, sem dúvida, um dos principais expoentes do cinema independente americano. Surgido em meio a diversos autores, entre eles Richard Linklater, Quentin Tarantino e Whit Stillman, ele se manteve fiel aos seus princípios e caminhou à margem de Hollywood por toda a carreira”, explica o crítico Leonardo Luiz Ferreira, curador da retrospectiva, que neste sábado (27), às 17h exibe um dos mais curiosos trabalhos do diretor: Beatrice e o Montro (2001). “Para não sofrer com controle de produtores e agentes, ele mesmo produz e coproduz os seus trabalhos. Dessa forma, pode ter controle total sobre a obra. Hartley se transformou num exemplo de independência numa indústria predatória como a de Hollywood. E, com isso, passou a influenciar uma geração de novos cineastas, que se inspiraram em seu conceito cinematográfico: baixo orçamento, atores desconhecidos do grande público e um roteiro enxuto e bem acabado. Hoje o cineasta abraçou as redes sociais, pois entendeu que o mercado de cinema se modernizou e o público busca informações através da internet. E promoveu financiamentos coletivos para produção de novos filmes e lançamentos em DVD/Bluray. Ou seja, um dos ícones do cinema independente americano continua pensando novas maneiras de se fazer cinema e indicando o caminho”.

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