Feliz mês do orgulho LGBTQIAPN+! Para ajudar na calebração das identidades e lutas que fazem parte do espectro queer, o Omelete selecionou 10 filmes com temática LGBTQIAPN+ para você assistir agora em um dos streamings mais populares do país, o Prime Video.
Carol (2015)
O clássico contemporâneo de Todd Haynes, que mostra Cate Blanchett e Rooney Mara se apaixonando no ambiente pouco acolhedor da Nova York dos anos 1950, já se tornou parada obrigatória para cinéfilos, LGBTQIAPN+ ou não. Adaptado do livro revolucionário de Patricia Highsmith, esse drama atmosférico e estupendamente atuado, com fotografia e figurinos que traçam bem a linha entre elegância e desejo, foi indicado a seis Oscar e - em um daqueles erros absurdos da Academia - saiu de mãos abanando da cerimônia. A sobrevida de Carol como marco cinematográfico queer, no entanto, fala mais alto do que as estatuetas. - Caio Coletti
Vermelho, Branco e Sangue Azul (2023)
Uma ótima surpresa quando foi lançado, este original Prime Video inspirado no livro teen de Casey McQuiston se mostrou um charmoso romance ambientado nos corredores do poder dos EUA e do Reino Unido - mas também muito mais do que isso. Nas mãos do diretor/roteirista Matthew López, a história do amor entre o filho da presidente dos EUA e um príncipe britânico também vira um dos filmes LGBTQIAPN+ para jovens mais fiéis ao espírito picante dos livros que fazem sucesso com esse público. Vermelho, Branco e Sangue Azul está em seu melhor quando se diverte, e nos diverte, explorando o quanto o mainstream está pronto para abraçar quando se trata de sexualidade queer. - Caio Coletti
O Mau Exemplo de Cameron Post (2018)
Em partes iguais bem-humorado e de quebrar o coração, o filme de Desiree Akhavan inspirado no livro de Emily M. Danforth traz à vida uma história direto das trincheiras dos lamentavelmente reais acampamentos de “conversão” para jovens LGBTQIAPN+. Com a sempre sensível Chloë Grace Moretz liderando um elenco jovem que não tem elo fraco, o longa passeia por sentimentos conflitantes que nunca soam inautênticos - a liberdade de estar entre seus iguais, a claustrofobia de não ser aceito, a catarse de escapar para poder viver de forma autêntica, o desespero de ter que enfrentar o mundo sozinho. Tudo isso, e as pessoas que sentem tudo isso, habita o espaço fílmico de Cameron Post com integridade. - Caio Coletti
Boy Erased: Uma Verdade Anulada (2018)
Lançado no mesmo ano do filme que o antecede nessa lista, Boy Erased acabou se tornando a narrativa mais famosa sobre acampamentos de “conversão” na modernidade. Dá para entender o porquê: inspirado no livro de memórias de Garrard Conley, o longa de Joel Edgerton chegou com o respaldo de ser uma história real, e um retrato mais duro das discriminações sofridas pelos seus personagens LGBTQIAPN+. Boy Erased está muito mais preocupado em mostrar, por exemplo, como Nicole Kidman e Russell Crowe (na pele dos pais do protagonista, vivido de maneira compenetrada por Lucas Hedges) chegam à decisão de enviar o filho para o “tratamento”, e as violências que ele sofre por lá. Pode não ser um filme tão vívido quanto Cameron Post, mas é talvez até mais educativo. - Caio Coletti
Mais que Amigos (2022)
Dirigido por Nicholas Stoller, veterano das comédias norte-americanas, Mais que Amigos é uma comédia romântica LGBTQIAPN+ que abraça sem reservas sua identidade queer. Protagonizado por Billy Eichner e Luke Macfarlane, o filme acompanha a história de dois homens gays que, apesar do medo de se comprometerem, acabam se envolvendo romanticamente em meio à agitada vida na ilha de Manhattan, em Nova York. A trama explora, com sensibilidade e bom humor, as inseguranças e complexidades de um relacionamento entre dois homens nos dias atuais. Repleto de situações hilárias - especialmente protagonizadas por Eichner -, Mais que Amigos se destaca como uma comédia queer contemporânea e acessível, com um elenco majoritariamente formado por pessoas LGBTQIAPN+. - Pedro Ayres
Moonlight: Sob a Luz do Luar (2016)
O espetacular vencedor do Oscar 2017, dirigido e escrito por Barry Jenkins a partir de uma peça nunca montada de Tarell Alvin McCraney, tece um painel sensorial da vida de um jovem gay negro da periferia de Miami, vivido em três tempos por três atores talentosos (Alex R. Hibbert, Ashton Sanders e Trevante Rhodes). Conforme Jenkins vai desenhando com esmero as realizações, repressões, encontros e desencontros que definem a trajetória do seu protagonista, e pintando com cores marcantes os personagens que o cercam, Moonlight desvela um leque rico de sensações e climas - a sensualidade de uma reunião amorosa, a opressão sutil de uma rotina desconectada de si mesmo, o respiro fugaz de uma aceitação familiar. Um filme que acontece, e “reacontece”, sempre que o visitamos. - Caio Coletti
Cassandro (2023)
A vida de Saúl Armendáriz, conhecido na comunidade de lucha libre pelo seu alter-ego Cassandro, é uma daquelas histórias LGBTQIAPN+ que merecem um tratamento quase mitológico. Apaixonado pela sua arte, ele só alcançou o sucesso quando parou de esconder os seus impulsos mais extravagantes, abraçando um personagem no estilo que é conhecido dentro da lucha libre como exótico - lutadores codificados como queer, que normalmente viram os vilões da história. O carisma de Cassandro, no entanto, fez com que ele fosse recebido como herói, e o filme biográfico de Roger Ross Williams mostra, com sensibilidade, como ele chegou até lá. Com um Gael García Bernal explosivo no papel-título, Cassandro se encontra com seu biografado no ringue e fora dele. - Caio Coletti
Capote (2005)
Com uma atuação antológica de Philip Seymour Hoffman no papel-título, Capote é outro drama biográfico LGBTQIAPN+ realizado com elegância e bom senso dramático. Traduzir para a tela uma fatia controversa da vida do famosamente pernicioso escritor Truman Capote, responsável por clássicos como Bonequinha de Luxo e A Sangre Frio, não era uma missão fácil - mas o diretor Bennett Miller faz um trabalho sóbrio por trás das câmeras, e o roteiro está genuinamente interessado em destrinchar esse personagem até o seu cerne mais escondido. É para isso que Hoffman está aqui, e assisti-lo descascando as camadas de Capote até um clímax explosivo inteiramente por causa de sua performance é um dos grandes prazeres cinematográficos das últimas décadas. - Caio Coletti
Tio Frank (2020)
Tio Frank é o trabalho mais recente do roteirista e diretor Alan Ball, um ícone do entretenimento LGBTQIAPN+ por séries como A Sete Palmos e True Blood. Só por isso, o longa sobre uma jovem (Sophie Lillis) que viaja de uma ponta a outra dos EUA acompanhada pelo seu tio gay (Paul Bettany) e o marido (Peter Macdissi), já mereceria a sua atenção - mas a verdade é que se trata de um drama sensível e bem colocado sobre as marcas psicológicas que toda uma geração de pessoas queer carregaram diante do desprezo que internalizaram a partir de suas famílias. Ainda melhor do que isso, o filme de Ball aborda esse tema pesado sem se transformar em uma tragédia grega sufocante, e até tem um final de conto de fadas. - Caio Coletti
Retrato de Uma Jovem em Chamas (2019)
Céline Sciamma conta uma história de isolamento e paixão, compreensão e desencontro, entre duas mulheres em uma ilha francesa afastada da costa, em pleno século XVIII. Quando a pintora Marianne (Noémie Merlant) é contratada para pintar o retrato de Héloïse (Adèle Haenel), uma jovem prometida a um homem que nunca conheceu, a relação entre elas se desenvolve para muito além de artista e musa - e Sciamma filma o corpo feminino, em situações femininas, sem nenhum pudor ou reserva, revelando um mundo que pouco foi coberto pelo cinema até hoje. É um filme profundamente sentido, que não escapa da tragédia mas tampouco se resigna a ela, colocando na tela um amor sáfico que pode ter sido negado ao seu final feliz, mas ainda existiu. - Caio Coletti
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