Filmes que são inspirados em livros e você não sabia
Conheça sucessos do cinema que fizeram sucesso primeiro nas livrarias
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O apelo à nostalgia está mais uma vez em alta em Hollywood – e o sucesso de Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda é prova disso.
Lançado há menos de uma semana, o longa dirigido por Nisha Ganatra tem levado multidões de jovens adultos aos cinemas para conferir a continuação – há tempos ansiada – de uma das comédias teens de maior sucesso da penúltima década: Sexta-Feira Muito Louca (2003).
O que talvez muitos desses fãs desconheçam é que, bem antes de chegar às telonas, a história de Anna Coleman (Lindsay Lohan) e sua mãe Tess (Jamie Lee Curtis) já causava um alvoroço similar nas livrarias.
O filme dos anos 2000 é uma adaptação do livro homônimo de Mary Rodgers, lançado em 1972. Ele já havia servido de base para uma filmagem anterior, Se Eu Fosse a Minha Mãe (1976), também produzido pela Disney e com roteiro da própria autora.
Assim como neste caso, diversas películas famosas têm sua base na literatura – fato que, muitas vezes, acaba passando despercebido até pelos fãs mais devotados.
Vejamos alguns exemplos:
Eu Sei O Que Vocês Fizeram no Verão Passado (1997)
A franquia de terror – que já rendeu quatro sequências e uma série de TV – se baseia no livro homônimo de Lois Duncan, publicado originalmente em 1973.
A obra literária gira em torno de quatro jovens que atropelam e matam acidentalmente uma criança. Tremendo as consequências dessa tragédia, eles se livram do corpo e fazem um pacto de manter o crime em segredo. Um ano depois, porém, um assassino misterioso aparece disposto a fazê-los pagar pelo que fizeram.
A grande diferença entre a história original e a versão do cinema está na relação entre a vítima e o assassino.
No livro, uma segunda pessoa aparece para vingar a morte da criança assassinada, enquanto nos filmes, a própria vítima do atropelamento sobrevive e busca vingança para si.
Jumanji (1995)
O clássico do cinema infanto-juvenil teve por inspiração o romance de mesmo nome, lançado em 1981 pelo escritor Chris Van Allsburg.
A premissa mantém-se intacta de uma obra para outra: dois irmãos em idade infantil, Judy e Peter Shepherd – vividos no filme por Kirsten Dunst e Bradley Pierce –, encantam-se por um jogo de tabuleiro e acabam transportados para o universo mágico em que a brincadeira transcorre.
A liberdade criativa do diretor Joe Johnston, portanto, residiu na história prévia envolvendo os personagens adultos de Robbin Williams e Bonnie Hunt – que sequer existiam na história de Van Allsburg.
Operação Cupido (1998)
Sexta-Feira Muito Louca não é o único filme de Lindsay Lohan a ter sido tirado das páginas de um livro. A atriz fora revelada em Operação Cupido, adaptação do romance alemão Das Doppelte Lottchen (1949).
Muito famoso em seu país natal, o conto também ganhou duas versões cinematográficas por lá: Duas Vezes Lotte (2007) e Duas Vezes Cupido (2017). Houve também uma filmagem prévia nos Estados Unidos, igualmente intitulada Operação Cupido (1961).
O Poderoso Chefão (1972)
O clássico máximo do diretor Francis Ford Coppola parte da obra literária homônima de Mario Puzo.
O próprio Puzo colaborou com o roteiro dos três filmes que adaptaram sua criação para as telonas – e, animado com o sucesso, chegou a escrever outros livros tendo a máfia como tema, como O Siciliano (1984), também levado ao cinema anos depois.
Meninas Malvadas (2004)
Tina Fey inovou nas adaptações literárias ao produzir esta cultuada comédia teen. Ao invés de recorrer a uma narrativa tradicional, com início, meio e fim prontos, ela encontrou em um livro de autoajuda – Meninas Malvadas, de Rosalind Wiseman – a fonte ideal de inspiração para o projeto.
Best-seller a seu tempo, a obra de Wiseman era uma espécie de guia para mães que quisessem ajudar suas filhas adolescentes a lidar com a hierarquia social própria dos grandes colégios norte-americanos, com garotas populares, líderes de torcida, panelinhas femininas e outros elementos bem marcantes do filme.
Uma leitura que, certamente, teria sido de grande valia para ajudar Cady (Lindsay Lohan) a lidar com Regina George (Rachel McAdams) e suas amigas, não é mesmo?
Forrest Gump: O Contador de Histórias (1994)
O romance Forrest Gump foi publicado em 1986 – oito anos antes do filme – e carrega algumas diferenças com a versão vista nos cinemas. A principal delas está na condição clínica do protagonista.
O Forrest do livro é descrito como portador da síndrome de Savant – distúrbio psíquico geralmente ligado ao autismo, cujos pacientes aliam certo nível de déficit intelectual a habilidades excepcionalmente desenvoltas. O personagem de Tom Hanks, por sua vez, já não possuía esse diagnóstico, embora apresentasse praticamente as mesmas características.
Divergências à parte, o fato é que o livro disparou em vendas após o sucesso da versão cinematográfica. Isso animou seu autor, Winston Groom, a escrever uma continuação, Gump & Co. (1995), em que Forrest vive novas aventuras e chega a conhecer o próprio Tom Hanks!
Chegou a existir certo interesse de Hollywood em adaptar também esta segunda parte da saga, mas o projeto nunca saiu do papel.
Bird Box (2018)
O terror pós-apocalíptico estrelado por Sandra Bullock foi um boom entre os assinantes da Netflix no final da última década.
A base da história é o livro homônimo de Josh Malerman, publicado apenas quatro anos antes de o filme explodir no streaming. A versão dramatizada é bastante fiel à narrativa original, contendo apenas algumas diferenças pontuais que pouco as diferem de fato.