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Filme de estrada capixaba à moda Irmãos Coen leva humor à Mostra de Tiradentes

Estrelado por músicos, Os Incontestáveis narra as aventuras de dois irmãos para reaver um carro raro

RF
21.01.2017, às 18H18.
Atualizada em 21.01.2017, ÀS 22H07

Mal começou a 20ª edição da Mostra de Tiradentes – iniciada na sexta (20), em Minas Gerais - e um filme de CEP capixaba já começou a ser encarado por parte da crítica e pelo público como “o” achado do festival: Os Incontestáveis, um filme de estrada cujo combustível é o humor. Trata-se de um raro exemplar de longa-metragem feito no Espírito Santo, terra cujo cineasta mais famoso é o artesão do terror Rodrigo Aragão, de Mangue Negro (2008).

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Num clima de loucuras cotidianas à la irmãos Coen, pautado pela ironia, pela sensualidade e por um tom místico, este road movie trapalhão, dirigido por Alexandre Serafini e estrelado pelos músicos underground Fabio Mozine e Will Just, esculhamba todos os padrões morais da sociedade brasileira e ri da correção política, de carona numa história sobre dois malandros em busca de um carro de estimação. Tonico Pereira é o nome mais famoso no elenco e encarna um fazendeiro poderoso sem uma gota de bondade no peito.

“Como o Espírito Santo fica eclipsado pelas nossas fronteiras geográficas, a baixa estima na qual vivemos gera humor”, provoca Serafini, em entrevista ao Omelete, explicando ter rodado o longa-metragem com R$ 1 milhão, numa jornada de cerca de 300 km pelo interior de seu estado.

Na trama de Os Incontestáveis, os irmãos Bel (Mozine) e Mau (Just) viajam de Vila Velha até Cotaxé num Opala 73 em busca de um Maverick raro que pertenceu ao pai deles. Mas o carro hoje pertence a um temido senhor de terras (Tonico) a quem eles precisam convencer a vender-lhes o veículo de volta. Mas no trajeto eles vão se meter nas mais loucas aventuras.

“Tem um pouco da estética do diretor Sam Peckinpah em Tragam-me a Cabeça de Alfredo García e de Corrida Sem Fim, de Monte Hellman, neste meu filme, mas a grande referência é a comédia épica italiana O Incrível Exército de Brancaleone, pela representação do patético”, diz Serafini.

Ainda entre as apostas de Tiradentes em 2017, vale um destaque para um filme goiano de vampiros, Terra e Luz, de Renné França, sobre um homem que luta para sobreviver numa terra onde o anoitecer é uma porta aberta para o Mal. Neste fim de semana, a mostra mineira, que termina dia 28, exibe dois premiados documentários: Pitanga, de Beto Brant e Camila Pitanga, e Martírio, de Vincent Carelli, sobre o genocídio das tribos Guarani Kaiowá.

A partir de segunda começam a ser exibidos – até sexta – os competidores da menina dos olhos do evento, a seção Aurora, na qual concorrem sete longas: Baronesa, de Juliana Antunes (MG); Corpo Delito, de Pedro Rocha (Ceará), Eu Não Sou Daqui, de Luiz Felipe Fernandes e Alexandre Baxter (MG); Histórias Que Nosso Cinema (Não) Contava, de Fernanda Pessoa (SP); Sem Raiz, de Renan Rovida (SP); Subybaya, de Leo Pyrata (MG); e Um Filme de Cinema, de Thiago B. Mendonça (SP).

Para seu encerramento, no próximo sábado, Tiradentes reservou A Cidade Onde Envelheço. Exibido na Europa em 2016, em mostras competitivas em Roterdã e em San Sebastián, esta produção luso-brasileira dirigida por Marília Rocha, contemplada com o prêmio de melhor filme no último Festival de Brasília, narra o reencontro de duas amigas portuguesas em Belo Horizonte, onde as divergências de comportamento entre as duas vai ameaçar aquela relação.

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