Filme causa polêmica em Cannes
Filme causa polêmica em Cannes
O
site da CNN trouxe ontem um uma notícia sobre a exibição especial de
Irreversible, um filme francês dirigido por Gaspar Noé.
Em apenas quinze minutos de projeção, durante o festival de cinema de Cannes, boa parte de seu público já havia deixado a sala. Críticos e convidados afirmaram que o filme é nojento, gratuito e brutal.
O motivo para as reações é a cena inicial: o estupro de Alex (Monica Bellucci), que dura dez minutos. Foi o suficiente para que alguns periódicos resolvessem pedir aos seus leitores que boicotassem o filme.
A produção conta a história de Marcus (Vincent Cassel), um viciado em drogas que decide se vingar de um cafetão que julga responsável pelo estupro de sua namorada.
Criar situações chocantes para causar polêmica e gerar notoriedade não é novidade no cinema mundial. Ano passado, Cannes assistiu à entrega do prêmio de melhor ator e atriz para os protagonistas de A professora de piano (La pianiste, 2001 - de Michael Haneke), de cuja sessão eu mesmo tive vontade de sair. Há também Crash (idem, 1996), de David Cronenberg, que explora o prazer obtido através de acidentes de carro, ou ainda o polêmico (pelo menos para a época) Império dos sentidos (Ai no corida, 1976), que mostra a história de dois amantes numa intensa obsessão pelo prazer. São estes apenas alguns exemplos de filmes que abordam o tema, também explorado por Stanley Kubrick em seu Laranja mecânica (Clockwork orange, 1971).
Genialidade ou perversão? O próprio diretor de Irreversible, Gaspar Noé, dá a resposta: Se as pessoas não quiserem assistir ao filme, tudo bem, ou seja... a decisão cabe apenas a você.