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Entrevista

Pantera Negra | "Suei a camisa para fazer jus ao universo feminino na África", diz Lupita Nyong’o

Visitamos o set do filme da Marvel

09.02.2018, às 14H25.
Atualizada em 10.02.2018, ÀS 14H37

Filmar Pantera Negra rendeu muito músculo dolorido e muito suor derramado a Lupita Nyong’o a cada aula de jiu-jitusu e outras técnicas de luta a que ela foi submetida para construir a figura de Nakia. Sua personagem é o objeto da paixão (mas também da cautela) do Rei T’Challa (Chadwick Boseman) na Wakanda cinematográfica construída pelo diretor Ryan Coogler (de Creed – Nascido Para Lutar).

Marvel Studios/Divulgação

“Suei a camisa: era luta, era maromba... tudo para parecer uma mulher forte, que fizesse jus ao universo feminino da África”, disse Nyong’o ao Omelete.

Na trama, a cautela de T’Challa com ela se refere não apenas ao rompimento passado deles, mas ao fato de ela ser uma superagente, que se envolve na guerra para preservar o Vibranium – o metal mais poderoso das tramas da Marvel Studios, que ainda não descobriram o Adamantium – das garras sônicas de mercenários como Ulysses Klaue (Andy Serkis), um dos vilões desta produção agendada para estrear no dia 15. Ganhadora do Oscar de melhor atriz coadjuvante em 2014 por 12 Anos de Escravidão, a atriz encara batalhas em diferentes momentos do filme, considerado um marco político na representação negra nas telas.

“Com Coogler no comando, temos a chance de fazer aqui um filme de super-herói diferente, engajado, plural... distinto da fórmula mascarado chuta bandido”, disse Nyong’o no sets, destacando seu interesse pelos clássicos do cinema africano. “Gosto muito do diretor Ousmane Sembene, que foi um dos pioneiros do continente”.

Aos 34 anos, a atriz, de descendência queniana conversou conosco em Atlanta, nos bastidores das filmagens, que se concentraram nos estúdios da Screen Gems, uma subsidiária de grandes corporações cinematográficas, então a serviço da Disney. O papo com Nyong'o se deu numa mesa de cerca de dois metros e meio de comprimento, lotada de jornalistas de países distintos, num salão que servia de entrada para os escritórios do departamento de arte (lotado de desenhos de locação e de fotos de aeronaves, minas de vibranium e montes com estátuas gigantes) e do departamento de figurino. Nesses setores foi feita a concepção plástica de Wakanda.

“Eu olho pra tudo isso e penso em O Príncipe em Nova York, com Eddie Murphy, pois a maior referência pop que temos de uma África empoderada em Hollywood é a pátria de Zamunda, daquele delicioso filme. Mas a África é muito rica e muito ampla, podendo ser representada de muitas formas. Estamos buscando a nossa”, disse a atriz. “Gosto muito de filmes baseados em quadrinhos. Mas este aqui é um filme sobre afirmação de identidades”.

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