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Encontros ao Acaso

Ashley Judd não decepciona em drama romântico decente

MH
30.08.2007, às 17H00.
Atualizada em 02.11.2016, ÀS 02H02

Poético o título original de Encontros ao Acaso (2006), Come Early Morning. Resume o comportamento de Lucy, a personagem de Ashley Judd, moça incapaz de ter relacionamentos sérios que, embriagada à noite, levanta com pressa pela manhã para não acordar o estranho com quem dormiu.

Consciente ou insconscientemente, Lucy sofre com a vida que leva. E o filme de estréia como roteirista e diretora da atriz Joey Lauren Adams (Procura-se Amy) tenta entender por que Lucy é assim e como ela pode mudar.

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O ambiente não coopera. No masculinizado Arkansas, Lucy lida com caminhoneiros, cowboys, bêbados, desajustados. O primeiro deles é o seu próprio pai, com quem a moça se estranha. Quando aparecem novatos na cidade, bons moços de verdade, como Cal (Jeffrey Donovan), Lucy rechaça - meio por costume, meio por medo do diferente.

Encontros ao Acaso se enquadra na categoria dos dramas românticos na medida em que adota a não-relação de Cal e Lucy como tema principal. Isso não significa que o filme seja água-com-açucar ou previsível, porém. Pelo contrário: para uma roteirista iniciante, Lauren Adams demonstra notável desenvoltura na hora de surpreender o espectador.

Surpresa, no caso, não apenas diante das resoluções, do clímax do filme, mas também surpresa antes, na hora da exposição da trama e dos personagens. Lauren Adams joga mais com sugestão e texto implícito do que com diálogos diretos. Ficamos conhecendo a família de Lucy, por exemplo, na base da dedução (não há uma cena em que se aponta "este é o avô materno", "este é o tio", etc.). Em outras palavras, o roteiro evita aquilo que for meramente funcional.

Daí que Encontros ao Acaso flui bastante bem - convocado a raciocinar, a entender o que se passa na tela, e não apenas a presenciar o filme, o espectador tende a se aproximar. Se essa fluência às vezes é intensa demais (tempos mortos se fazem necessários entre um evento e outro, mas quase nunca aparecem, o que acaba encavalando algumas cenas), não dá para crucificar a iniciante.

No saldo, Ashley Judd não decepciona e Joey Lauren Adams saca um ou outro plano esteticamente bem pensado (como o que fecha o filme). Dá pra dizer, com alguma boa vontade, que Encontros ao Acaso é um trabalho de autor.

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