El Eternauta: Clássicos sci-fi dos quadrinhos argentinos vai virar filme

El Eternauta, um dos clássicos dos quadrinhos argentinos, criado por Héctor Germán Oesterheld e Francisco Solano López, vai finalmente para o cinema. E está nas mãos da diretora mais celebrada da Argentina, Lucrecia Martel (O Pântano, A Menina Santa).

"Estou trabalhando na adaptação para o cinema de El Eternauta. Propuseram-me e aceitei", disse Martel, lacônica, à agência France Presse, às portas do lançamento de seu terceiro longa-metragem, La Mujer Sin Cabeza, no Festival de Cannes. Ela já ganhou prêmios nos festivais de Berlin, Havana, Sundance e São Paulo, além de ter sido indicada à Palma de Ouro em Cannes - à qual concorre mais uma vez.

A HQ sci-fi começa com uma invasão alienígena à Terra, que mata quase toda a cidade de Buenos Aires. Juan Salvo e seus amigos conseguem proteger-se e lutam contra os invasores. Mas a história só começa mesmo quando eles conseguem tomar uma das naves alien e acidentalmente acionam um mecanismo de viagem temporal - deixando-os perdidos por diferentes continuums temporais, um buscando o outro.

Criado para a revista Hora Cero em 1957, o personagem teve várias fases. Na década de 70, virou inclusive um canal de crítica política - seu criador, Oesterheld, era perseguido pelo regime militar argentino, escrevia as HQs escondido e acabou "desaparecido" pela polícia em 1977. Outros autores assumiram o personagem, publicando novas histórias até 2003.

A adaptação para o cinema está em discussão há alguns anos, sob supervisão da esposa de Oesterheld, Elsa. Desta vez, deve sair do papel. E vamos ver o que Martel, cronista de mão cheia e habituada ao cinema de arte, faz com o cinema de gênero.