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Artigo

DVD: <i>O Médico e o Monstro</i> - Sessão dupla

DVD: <i>O Médico e o Monstro</i> - Sessão dupla

JA
02.03.2004, às 00H00.
Atualizada em 15.11.2016, ÀS 06H00
O Médico e o Monstro
4,5 ovos

Clássicos são obras que permanecem incólumes à ação do tempo. Inevitavelmente, têm o dom de migrar para outras mídias, sem jamais perder o vigor que as torna especiais. No caso em questão, O médico e o monstro (The strange case of Dr. Jeckyll e Mr, Hyde), a natureza humana e suas facetas são mistérios que, mesmo à luz da ciência, não se mostram mais compreensíveis.

Escrito em 1885 por Robert Louis Stevenson (o autor do também clássico A ilha do tesouro), o livro teve inúmeras versões para quadrinhos, teatro, TV e cinema, bem como uma infinidade de obras que se inspiraram em seus conceitos e outras que não passaram de plágios descarados.

Ano passado, o mito foi revisitado no cinema pela adaptação de dois quadrinhos que beberam na fonte de Stevenson: o incompreendido Hulk de Ang Lee e A Liga Extraordinária. Além destes filhos bastardos, porém, a tela grande recebeu várias interpretações mais fieis do drama do cientista que exibe duas facetas: uma boa e outra cruel. Prova disto é o recente lançamento de um DVD à altura do livro. Numa Edição sessão dupla , o disco traz duas das mais célebres versões cinematográficas de O médico e o monstro, uma em cada face do DVD.

A primeira, rodada em 1931 por Rouben Mamoulian, traz Frederich March no papel duplo que o consagrou com o Oscar de melhor ator. Ainda sob leve influência do cinema expressionista, a película traz interpretações carregadas que, ao olhar contemporâneo, beiram a canastrice, mas que, de forma alguma, tiram o brilho da obra. Vale o filme por si só, a intrigante seqüência inicial em que, pelos olhos do Dr. Jekyll, podemos acompanhar seu dia-a-dia. Também é digna de nota a eficiente transformação do médico no demoníaco Hyde, uma criatura simiesca, que remete ao primitivo que todo ser humano traz dentro de si.

O segundo filme, rodado em 1941 por Victor Fleming, compõe-se de um elenco estelar: Spencer Tracy no papel-título, Lana Turner como sua doce noiva e Ingrid Bergman como a vítima Ivy. Aqui, a verossimilhança é a tônica. O caricato Hyde da película anterior faz-se substituir por um monstro levemente maquiado cujo olhar gela a alma de suas presas. Em interpretação sutil e impressionante, Tracy constrói duas personas completamente diversas com um mínimo de recursos. A inevitável tensão sexual paira na tela sob a forma de imagens muito sugestivas como os devaneios em que Jekyll se vê açoitando mulheres que deseja como se fossem duas éguas apavoradas. imagine o impacto desta cena sessenta anos atrás. Às interpretações irretocáveis, ao bom roteiro e à direção firme, some ainda uma belíssima fotografia em preto e branco. O resultado é um clássico da sétima arte.

Assistir a ambos os filmes de uma só vez é uma experiência única. Comparar suas sutis diferenças certamente vai encantar os apreciadores do bom cinema. O disco ainda traz o curta de animação O coelho e o monstro estrelado por Pernalonga, no qual o roedor favorito da Warner encarna... você sabe quem. A versão de 1931 ainda é acrescida de comentários do historiador Greg Mank. Infelizmente para os não versados no idioma bretão, vem sem legendas. Um deslize lamentável que impede que este belíssimo lançamento seja perfeito.

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