Após o projeto de lei LGBTQIAfóbico conhecido como “Don’t Say Gay” ser homologado no estado norte-americano da Flórida, a Disney divulgou nesta segunda-feira (28) um comunicado repudiando a aprovação da legislação e prometendo lutar pela revogação da legislação. “[O texto] nunca deveria ter ido à votação e jamais deveria ter sido homologado”, afirmou a empresa (via Variety).
“Nosso objetivo enquanto empresa é que essa lei seja revogada ou derrubada nos tribunais, e seguimos empenhados em ajudar instituições nacionais e estaduais que trabalham com esse objetivo”, diz o texto da Disney. “Nos dedicaremos a defender os direitos e a segurança de membros da comunidade LGBTQIA+ dentro da Disney, assim como comunidades LGBTQIA+ na Flórida e por todo o país”.
O repúdio por parte da Disney vem semanas depois de ser revelado que o estúdio apoiou financeiramente políticos favoráveis ao projeto, notícia que foi recebida com protestos de funcionários da Casa do Mickey. Desde então, coletivos LGBTQIA+ dentro da empresa vêm organizando greves presenciais e virtuais contra esse financiamento.
O projeto aprovado hoje pelo governador Ron DeSantis proíbe instituições de ensino de reconhecerem a existência de pessoas fora do padrão heteronormativo e obriga profissionais da educação a expôr alunos que se assumissem queer, medidas que colocam em risco a vida de crianças LGBTQIA+, além de promover ativamente um apagamento da comunidade.
ENTENDA O CASO
A lei "Don’t Say Gay", homologada na Flórida, tem como objetivo proibir que escolas e professores reconheçam a existência de pessoas LGBTQIA+. Além disso, a lei impõe que alunos queer que confidenciem suas identidades a professores sejam expostos aos pais ou responsáveis, tirando do aluno a escolha de quando e como se assumir publicamente.
Em 3 de março, foi revelado que a Disney apoia financeiramente lobistas do projeto. Como resposta, o CEO Bob Chapek afirmou em comunicado que “entende a importância que esse assunto tem para nossos funcionários LGBTQIA+”. O estúdio, no entanto, não abriu mão das doações ao projeto, dizendo que o maior impacto que a empresa pode ter na criação de “um mundo mais inclusivo é através do conteúdo inspirador que produzimos”.
A fala de Chapek, assim como a manutenção do financiamento à uma lei homofóbica, levou funcionários da Disney, como o roteirista Benjamin Siemon (Ducktales), Dana Terrace (A Casa Coruja), Bill Motz (Operação Big Hero: A Série), Sascha Paladino (Mira, A Detetive do Reino) e mais a repudiarem publicamente a empresa e seu CEO.
Durante o Dia dos Acionistas de 2022, Chapek admitiu que a posição inicial da empresa estava errada e que a Disney reavaliará sua forma de apoiar a comunidade LGBTQIA+ no futuro.
Após vários protestos de funcionários, a Disney optou por manter um beijo entre pessoas do mesmo gênero em Lightyear, próximo filme da Pixar - saiba mais.
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