Desapega: Gloria Pires e Maísa se identificam com personagens; veja a entrevista
Omelete conversou ainda com Marcos Pasquim e o diretor Hsu Chein
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Desapegar. Seja com relação a bens materiais ou se despedir das pessoas para uma nova rotina, todo mundo já sentiu dor ao pensar em algo para se livrar. Para Rita, uma ex-viciada em compras, esses desapegos serão mais emocionantes - como é mostrado em Desapega, comédia brasileira que estreia esta semana nos cinemas. O filme trata com bom humor o vício por consumir, alinhado ao drama familiar e amoroso. São problemas reais, de gente real - e não é à toa que as intérpretes do filme tenham se enxergado em suas personagens. Em entrevista ao Omelete, Maisa, Glória Pires, Marcos Pasquim e o diretor Hsu Chein falaram sobre suas relações com seus papéis, enfatizando vivências próprias ou próximas que ajudaram a construir o clima de Desapega.
Na trama, Rita (Pires) está há sete anos sem cair no vício em compras e aceita liderar um grupo de apoio a compradores compulsivos, até se apaixonar por Otávio (Pasquim), um dos membros. Enquanto isso, sua filha Duda (Maisa), consegue uma bolsa para estudar três anos no exterior, gerando gatilhos de consumismo para a ex-dependente. O longa também soma os conflitos geracionais entre mãe e filha, a decisão de sair de casa e o personagem de Marcos Pasquim tendo uma crise de meia-idade.
Durante a entrevista, Hsu admite que a história do filme foi baseada na sua vivência, uma vez que ele é um comprador compulsivo, tanto que tem mais de mil fitas VHS em casa. O diretor conta como foi abordar o assunto do vício - um problema tanto para quem sofre quanto para as pessoas ao redor -, de uma maneira leve e sensível. “Tudo bem que estamos no universo do humor, mas não podemos fazer disso uma zoação e fazer pouco caso sobre esses personagens, pois existem pessoas lidando com isso [o vício]. A minha preocupação era: as pessoas que vão assistir ao filme, elas precisam se sentir representadas de uma forma honesta, humana e verdadeira"; disse Hsu.
Glória, além de dar vida à protagonista, também co-escreveu o roteiro e conta que foi “inovador” fazer uma personagem que explora o trauma, despedidas e uma nova paixão. “Foi inovador para mim, pois foi uma personagem que traz possibilidades, com humor e também tem aquele coraçãozinho que sofre”.
Por sua vez, Pasquim vive o par romântico de Glória e conta a experiência de fazer uma pessoa já vivida. “É interessante que [o Otávio] é um cara que já foi casado, viajou, vai receber a filha que vai morar com ele e, também, se apaixona de novo. É tão legal você poder mostrar isso, um amor em uma idade mais avançada".
Em paralelo ao romance e a dependência, Glória disse que foi ótimo trabalhar ao lado da Maisa, intérprete da filha de Rita, por ambas terem um passado semelhante. “[Ela] é uma atriz intuitiva e, assim como eu, também começou muito jovem, então ela já tem muita experiência. Ela é muito dedicada, então foi muito gostoso fazer [a Rita]”; disse Glória.
Vivendo uma filha com conflitos parentais, Maisa disse que parte do processo de entrar na personagem foi baseada na vida de suas amigas, que passaram pelo dilema de morar fora: “Muitas vivenciaram morar, estudar fora, outras acabaram desistindo, então falar de um assunto e conhecer pessoas que passaram por isso te faz querer interpretar isso com muito cuidado e carinho, disse Maisa.
Esse momento do “passarinho sair do ninho” não foi apenas com a sua personagem: Maisa também fez um intercâmbio há alguns anos e está no processo de sair da casa dos pais.
"A questão de sair da casa dos pais eu estou passando por isso. A minha mãe já passou e está passando pelas questões que a Rita tem no filme. Então é muito legal poder interpretar o que passei para as telonas."; conta Maisa.
Desapega estreia hoje (9) nos cinemas.