David Lynch vai lançar Inland Empire sozinho
David Lynch vai lançar Inland Empire sozinho
Imagine um filme de três horas
de duração. Agora imagine um filme de três horas dirigido por David
Lynch em
vídeo digital. Assim é Inland
Empire, o sucessor de Cidade dos sonhos (2001)
e desde já polêmico novo trabalho do genial cineasta.
Polêmico porque o lançamento está cercado de incertezas. A distribuidora francesa StudioCanal, que financiou o projeto, tirou o longa de alguns festivais de cinema, supostamente por medo de que todos adorassem a obra e Lynch não se convencesse de que precisa cortar filme. O StudioCanal quer o filme mais curto, para conseguir viabilizá-lo comercialmente. Lynch não apenas recusou a reeditar como vai lançar Inland Empire sozinho.
O diretor adquiriu os direitos de distribuição nos Estados Unidos e, segundo o Daily Variety, bancará do bolso as cópias. Ele diz que já se sentia lesado, no passado, pelos lançamentos de seus trabalhos, que ficavam tempo demais nos cinemas e perdiam fôlego no home video. A idéia, aparentemente, é colocar a obra nos cinemas no final do ano, em circuito restrito. A partir daí, as vendas online seriam outro caminho. Segundo a produtora do filme, Mary Sweeney, Lynch quer experimentar novos métodos de divulgação.
Ele passou dois anos rodando em Los Angeles e no deserto californiano a misteriosa história que mistura um filme dentro de outro. Atriz casada, Nikki (Laura Dern, musa do cineasta em Veludo azul e Coração selvagem) recebe a proposta de um papel no novo filme de Kingsley (Jeremy Irons), onde terá que contracenar com Devon (Justin Theroux, de Cidade dos sonhos e As Panteras: detonando). Nikki e Devon, assim como seus personagens, acabam se relacionando - e a certa altura já não dá para dizer quem é quem.
O lançamento no Brasil ainda não foi anunciado.