Da Frigideira: Shrek Terceiro
Nova animação do ogro não tem o mesmo nível das anteriores
É a idade (minha) ou é a preguiça (deles)? Ainda não sei a resposta, mas aquele que prometia ser o "verão do três" no Hemisfério Norte, com os terceiros capítulos de Homem-Aranha, Shrek e Piratas do Caribe, não começou nada bem. Depois de também ficar ligeiramente decepcionado com o Aracnídeo, levei outro baque recentemente, quando fui assistir a Shrek 3.
A expectativa era a maior possível: a exibição aconteceu no famoso Chinese Theatre, em Hollywood, aquele onde ficam as marcas das mãos, pés e até cabelos (no caso da Whoopi Goldberg) dos astros do cinema, seguida, no dia seguinte, por uma conversa com o diretor e alguns dubladores da animação - que você vai ler por aqui quando estivermos mais perto da estréia brasileira, marcada para 15 de junho.
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Em mais uma edição da seção "Da Frigideira", na qual comentamos rapidamente o que achamos do filme enquanto ele ainda está fresco na nossa memória, entenda agora por que não gostei tanto de Shrek Terceiro. Veja bem, não estou falando que é uma porcaria... apenas que não gostei tanto quanto os outros! ;-)
Depois de ver o bosque do Shrek ser invadido no primeiro filme, quando ele teve que resgatar a princesa Fiona, e acompanhar a dura missão de conhecer os pais da noiva em Shrek 2, não vi tanta graça nas duas histórias paralelas contadas pelo diretor estreante Chris Miller.
Tudo começa quando o Rei Harold morre (em uma cena hilária, que vai divertir crianças e adultos). A partir deste momento, a coroa deveria parar na cabeça do ogro verde mais famoso do cinema. Mas ele, logicamente, não aceita essa hipótese, pois está morrendo de vontade de voltar para o seu lar. No seu último suspiro, o Rei deixa escapar que tem um parente distante, Artie (Justin Timberlake), que poderia assumir o trono. Lá vão Shrek (Mike Myers), o Burro (Eddie Murphy) e o Gato de Botas (Antonio Banderas) atrás do moleque.
Enquanto isso, no reino de Muito Muito Distante, Princesa Fiona (Cameron Diaz) passa o dia com sua mãe (Julie Andrews) e as outras princesas, Branca de Neve (Amy Poehler), Rapunzel (Maya Rudolph), Cinderela (Amy Sedaris) e Bela Adormecida (Cheri Oteri). Mal sabe ela que enquanto isso, o Príncipe Encantado (Rupert Everett) trama um golpe de estado para tomar o castelo.
A comédia e a ação estão garantidas, já que há uma certa graça na fauna das high school, caricaturizada na escola de Artie, e na aventura das princesas contra o Príncipe e seus seguidores. Mas as doses são menores do que nos filmes anteriores. E há ainda uma pitada de drama, afinal, Shrek não sabe se está preparado para ser pai, principalmente pelo pai ogro que teve. Nem a pequena paricipação de um aposentado e atrapalhado Merlin (Eric Idle) traz de volta a magia dos filmes anteriores.
As piadas certamente não acabaram, muito menos a vontade de ir ao cinema se divertir com o ogro de bom coração e seus amigos. Era só virar a cabeça para trás e ver uma sala completamente lotada de gente de todas as idades. Mas a balança que antes equilibrava o tom infantil com o humor para os adultos, desta vez perdeu o equilíbrio e caiu. Foi daqueles tombos engraçados, mas resta saber se não vai deixar machucados mais sérios na franquia.