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Crítica

V/H/S Halloween é um dos filmes mais bem-sucedidos da franquia de terror

Novo capítulo da antologia mantém um bom padrão de qualidade ao longo de cinco capítulos

Omelete
6 min de leitura
31.10.2025, às 08H00.
VHS Halloween

Créditos da imagem: Shudder

Morte, impostos e um novo V/H/S lançado em outubro. Essas são as três garantias que temos ano após ano, algo que 2025 sublinhou com o lançamento de V/H/S Halloween, a oitava edição da franquia de antologia de terror que já foi casa para filmes de Ti West (X - A Marca da Morte), Timo Tjahjanto (A Noite nos Persegue), Gareth Evans (Operação Invasão), Adam Wingard (Godzilla vs. Kong) e a dupla Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett (Pânico, Pânico VI).

Desde 2021, quando o streaming de terror norte-americano Shudder adquiriu os direitos globais de distribuição da marca, V/H/S passou por uma leve transformação que trouxe benefícios e malefícios reforçados por Halloween. Depois de uma trilogia focada em anos específicos (94, 99 e 85), a série tem feito filmes temáticos (ficção científica com Beyond e, bom, Halloween com Halloween), mas, em ambos casos, a fórmula foi a mesma: os orçamentos, que já não eram grande coisa, são reduzidos, e boa parte dos cineastas envolvidos parece mais interessado em exercícios de gênero que falam sobre seus gostos com terror do que em contar uma boa e horripilante história em 25 minutos.

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VHS Halloween
Shudder

A consequência disso tem sido uma irregularidade maior do que a dos competentes primeiros filmes de V/H/S (não falamos sobre Viral) – para cada curta com uma ideia, há um que parece contente em ser uma coleção de gritos e gore. É, então, uma grata surpresa que Halloween, como um todo, seja um dos melhores V/H/S em anos; nenhum dos cinco segmentos aqui é genuinamente ruim, e até os mais fracos têm uma proposta específica em mente. Para completar, essa coleção conta com um dos mais perturbadores capítulos da marca.

Este é “Kidprint”, surpreendente e forte história dirigida por Alex Ross Perry (Cala a Boca Philip), que junto com Paco Plaza (REC), é o principal nome envolvido no novo V/H/S. O filme, além dos cinco capítulos, conta com uma narrativa contínua (“Diet Phantasma”, escrita e dirigida por Bryan M. Anderson) que é explorada nos intervalos entre cada parte. Esta envolve experimentos em laboratório para desenvolver um refrigerante que controla a mente das pessoas usando – suponho – alienígenas que entram no corpo de quem conseome o produto. São, de longe, os piores minutos da antologia. Cada sequência destas têm o propósito de nos levar até uma morte violenta, resultado de erros na ciência por trás da bebida, mas por mais que os efeitos práticos das mesmas sejam nojentos, é fácil cair no tédio por saber como cada um destes interstícios terminará. 

Para facilitar as explicações, vamos falar de V/H/S Halloween segmento por segmento:

Coochie Coochie Coo” - dirigido e escrito por Anna Zlokovic

Duas adolescentes decidem brincar de doce ou travessura uma última vez antes de partirem para faculdades diferentes. Uma delas é mais simpática, mas a outra aproveita o tamanho e personalidade forte para – literalmente – tirar doce de criança. O resultado é que ambas são atraídas para a casa da “Mamãe”, uma entidade que caça pessoas mais velhas que, gananciosamente, insistem em brincar no Halloween. O curta é uma típica montanha russa de casa assombrada, com as duas progredindo quarto a quarto rumo à matriarca, que busca transformá-la em suas “filhas.” A estrutura pouco surpreendente é equilibrada por um excelente trabalho de caracterização da Mamãe, assim como das pessoas que ela já dominou em anos anteriores.

"Ut Supra Sic Infra" - Dirigido por Paco Plaza e escrito por Plaza e Alberto Marini

Não há muito fator surpresa em “Ut Supra Sic Infra.” Entrelaçando vídeos feitos por um grupo de jovens numa noite de Halloween que termina com a morte de (quase) todos e as gravações da polícia enquanto agentes recriam, passo a passo, os movimentos da turma ao lado do único sobrevivente, o filme caminha em direção a uma conclusão inevitavelmente brutal. Ainda assim, Plaza é expert em construir tensão até o ponto de soltá-la com, tipicamente, uma explosão de violência. O clímax de seu curta, por mais que seja anunciado, ainda contém imagens suficientemente gráficas para impressionar.

Fun Size” - Dirigido e escrito por Casper Kelly

O mais fraco dos curtas deste V/H/S sofre primariamente por não ter muito o que adicionar à primeira história. Aqui, dois casais vão parar numa fábrica que transforma pessoas em doces quando decidem pegar mais guloseimas do que deviam numa determinada casa. O resultado, tal qual em “Coochie Coochie Coo”, é um passeio estilo mansão assombrada que ameaça a vida do grupo. Há uma ou outra morte criativa, mas no geral, o único sucesso do segmento é em seu uso do humor ridículo. Na verdade, é a veia cômica que evita o capítulo de ser tedioso.

Kidprint” - Dirigido e escrito por Alex Ross Perry

A cidade estadunidense sem nome que serve como cenário para “Kidprint” não está celebrando o Halloween desta vez. Crianças e jovens estão sumindo há semanas, e seus corpos – quando encontrados — ressurgem com sinais de violência extrema. Tim Kaplan (Stephen Gurewitz), o dono de uma locadora local, está recebendo pais e filhos para gravar (em fitas V/H/S, claro) entrevistas com cada um deles, para ajudar a população local a reconhecer todas as crianças dos arredores. Nos vídeos, arquivados por um de seus funcionários, as pessoas dizem seus nomes e qual fantasia elas usarão nos (poucos, restritos e altamente policiados) locais das redondezas que ainda receberão festas de Halloween.

É uma ação bem intencionada, mas insuficiente. Logo, fica claro que os sequestros ainda estão rolando, e quando Tim volta para sua loja para buscar a fita da mais nova vítima, ele descobre que a maldade responsável pelos desaparecimentos estava mais próxima do que ele imaginava. O resultado é uma série de encontros violentos e surpreendentes numa espécie de orquestra de terror que Ross Perry conduz, até que o diretor silencia todos os instrumentos com um encerramento que nos deixa atordoados.

“Kidprint” é o único dos cinco segmentos deste filme que parece existir em primeiro lugar para contar uma história – perturbada e afiada – e não só para que um cineasta pratique um exercício de gênero. Estes podem até ser divertidos, mas quando V/H/S encontra um curta como esse, não há como fugir.

Home Haunt” - Dirigido e escrito por Micheline Pitt-Norman & R.H. Norman

Mais um exercício de mansão assombrada, esse curta acompanha uma família que anualmente constrói um labirinto de terror para o Halloween. Depois que o pai convence o filho, agora mais velho, a participar uma última vez da brincadeira, ele adquire um disco de vinil supostamente assombrado para usar de trilha sonora na noite de abertura. Pasmem: o disco realmente estava assombrado e – no melhor truque do curta – os elementos caseiros e outrora nada assustadores deste parque de diversões improvisado ganham vida. Por ser o terceiro filme de progressão, sala a sala, onde, digamos, o terror é real, “Home Haunt” cansa um pouco, mas ainda assim, ver uma bruxa feita com materiais domésticos despertando e matando os convidados do labirinto traz um certo prazer perverso.

Nota do Crítico

V/H/S Halloween

VHS Halloween

2025
115 min
País: EUA
Classificação: 18 anos
Direção: Bryan M. Ferguson, Caspey Kelly, Anna Zlokovic, R.H. Norman, Micheline Pitt-Norman, Alex Ross Perry, Paco Plaza
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