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Filmes
Crítica

Trama de Turma da Mônica Jovem deixa um ótimo elenco na mão

Aventura bem-intencionada não sai do raso ao falar da juventude

Omelete
4 min de leitura
JS
17.01.2024, às 09H40.
Trama de Turma da Mônica Jovem deixa um ótimo elenco na mão

Créditos da imagem: Imagem Filmes/Divulgação

Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo começa com Mônica e sua turma se reunindo no campinho após as férias. Milena diz para Magali confiar em si mesma, porque a empada que assou estava ótima. Mônica chega com a câmera do celular ligada, pronta para registrar a reunião, e já prometendo para a telinha do aparelho: “A gente nunca vai se separar!”. Tudo isso poderia ser uma abertura singela, meio literal demais, mas válida, para reforçar temas de amor próprio e união pela amizade neste primeiro de quatro filmes da Turma da Mônica Jovem. Mas é frustrante perceber, conforme o filme caminha, que este foi o estabelecimento dos temas centrais, que nunca chegam a ser desenvolvidas na trama de fato. 

O foco de Reflexos do Medo é mais episódico, uma aventura sobrenatural centrada na ameaça do vilão “cabeça de balde” que faz com que os estudantes do Colégio do Limoeiro (e alguns adultos também) entrem, um a um, em um estado catatônico. Mônica, Magali, Cebolinha, Cascão e Milena, então, partem para uma investigação que envolve os arquivos do tio do Cascão, uma sociedade secreta de feiticeiros da qual a Tia Nena faz parte e o leilão do Museu do colégio, que será vendido, provavelmente, para a família de Carminha Frufru. Enquanto essa rede de personagens é bem amarrada – Reflexos do Medo faz um bom trabalho em jogar todo mundo na mesma aventura – ele também deixa diversas oportunidades pelo caminho, como a relação entre o medo de cada um e o enfrentamento dessa ameaça. 

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A ideia, em teoria, era colocar a amizade e a confiança no primeiro plano, para que cada um da turminha encare a si mesmo e enfrente suas inseguranças. É por isso que o veículo usado pelo cabeça de balde é um espelho, e por isso que ele absorve a personalidade do último indivíduo que consumiu. Mas Reflexos do Medo nunca consegue unir essas ideias – bem-intencionadas no papel – em uma concretização na ação. Enquanto Mônica passa o filme inteiro com medo do descontrole de sua força (e chega a usar um remédio mágico para ajudar), essa insegurança, a maior do filme, nunca desemboca em uma resolução. Construído em bases frágeis, a temática de Reflexos do Medo nunca deixa de ser um conceito, apenas verbalizado de forma didática. 

É uma pena que a realização patine, porque este primeiro filme da Turma da Mônica Jovem, apesar de todo o hate desproposital que recebeu (pela escolha de escalar um novo elenco depois dos dois longas da Turma criança), é um esforço bem válido. O elenco inteiro é super bem escolhido – Sophia Valverde é ótima, principalmente quando precisa dar os gritos de descontrole de uma Mônica irritada – e o design de produção é admirável também. Tirar a Turma da Mônica daquele universo isolado onde o Bairro do Limoeiro existe no gibi clássico e inseri-la no mundo real sempre foi uma empreitada arriscada, mesmo nos quadrinhos, mas isso o filme faz bem. É um mundo entre a turminha clássica e algo como Malhação e, dado o material base, essa realidade se presta bem à adaptação. A revistinha da Turma da Mônica Jovem, inclusive, é perfeita até para validar os aspectos questionáveis dessa produção - se a iluminação, a edição ou o tratamento de cores parecem estranhos de vez em quando, a surrealidade, magia e imagem cartunesca da revista Jovem são suficientes para legitimar essas escolhas. 

É no roteiro que está a principal fraqueza de Reflexos do Medo, uma história que pretende entregar uma disputa de Cebolinha e DC pelo amor de Mônica, uma jornada de descobrimento do passado pelo Cascão e até uma rivalidade para a presidência do Grêmio entre Mônica e Carminha, mas não consegue tirar nada disso da superficialidade. Em um filme que mal estabeleceu seu objetivo e seus personagens – e desemboca em uma cena final estranhamente apressada – os arcos de cada um não ganham autonomia. A comparação é injusta, sim, mas é difícil de evitar: Turma da Mônica Lições também colocava os personagens para lidar com seus medos, mas o longa do diretor Daniel Rezende realiza essa jornada, surpreendentemente, com menos infantilização de seus personagens. 

Mais três longas estão planejados para desenvolver o que foi estabelecido em Reflexos do Medo, um filme que, inclusive, já abre as portas para a continuação da ameaça e a introdução de uma próxima aventura. Serão oportunidades para desenvolver e consolidar as bases para essa turma - uma que tem tudo para brilhar, mas foi deixada para carregar uma responsabilidade gigante em uma história pouco convincente. 

Nota do Crítico

Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo

2024
País: Brasil
Direção: Mauricio Eça
Elenco: Xande Valois, Bianca Paiva, Sophia Valverde, Théo Salomão
Onde assistir:
Oferecido por

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