Caitlin Gerard em The Wind

Créditos da imagem: The Wind/Divulgação

Filmes

Crítica

The Wind

Terror no velho oeste quer muito e entrega pouco

15.09.2018, às 17H24.
Atualizada em 10.01.2019, ÀS 23H17

Com títulos como A Bruxa e Hereditário, o terror vive uma fase de prestígio criativo no cinema. À primeira vista, The Wind promete seguir pela mesma rota. Cada aspecto do filme de Emma Tammi é um esforço nesse sentido - a narrativa não-linear, a fotografia e figurino cuidadosos, a trilha sonora encaixada precisamente com a montagem. Uma pena que essa proposta de terror psicológico sobre solidão e paranoia no Velho Oeste se deixe levar por uma coleção de clichês do gênero.

O longa parte de um mistério - o que aconteceu com Emma Harper (Julia Goldani Telles), a vizinha grávida de Elizabeth (Caitlin Gerard) e Isaac Macklin (Ashley Zukerman)? A partir da sua morte, o roteiro mistura passado e presente em busca da resposta, explorando os terrores que surgem em uma região isolada na fronteira dos EUA. Conforme as peças se alinham, fica claro o vazio de toda a pretensão de The Wind.

A paranoia de Elizabeth é mal arquitetada. Nenhuma das suas ações pede que o espectador a acompanhe na dúvida sobre o que é real e o que é loucura. Dessa forma, não existe tensão, muito menos sustos, mesmo que o filme recorra ocasionalmente ao uso do jump scare. Tudo é óbvio, com personagens que escancaram seu propósito dentro da trama em cada diálogo. Para completar, as atuações, com exceção de Gerard, dão um quê teatral incoerente com a ambientação.

Quando requer recursos fantásticos, sendo efeitos visuais ou práticos, The Wind perde o aprumo visual prometido inicialmente. Com maquiagens sofríveis e outras gafes, a produção revela sua falta de engenhosidade, escancarando o baixo orçamento. Se a falha na construção da narrativa não fosse suficiente, a incapacidade de revelar (ou sugerir) ameaças leva o filme de razoável para risível.

The Wind é uma boa ideia na teoria, mas a promessa não se concretiza. Na missão de fazer "terror arte", termina sem o básico e a única sensação que causa é aflição: a espera ansiosa pelo fim.

Nota do Crítico
Ruim

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