Peter Pan - De volta à Terra do Nunca | Crítica
Programinha pipoca ideal para sair com os filhos.
Peter Pan nunca ocupou o mesmo posto de clássico de Cinderela ou Branca de Neve, mas voltar à Terra do Nunca, onde os garotos não precisam estudar, tomar banho ou crescer e se transformar em contribuintes do imposto de renda é muito gostoso. É reconfortante também voltar ao desenho animado, aquele feito com traços e cores. Nada contra a computação gráfica ou qualquer evolução técnica, mas não é porque uma imagem pode ser engendrada no computador que ela tem de ser sempre feita lá.
No caso de Peter Pan, colocá-lo no campo da Dra. Aki Ross (Final Fantasy) e seu cabelo mais do que animado seria um crime, principalmente contra a sensação de nostalgia que o filme trás para quem o viu em 1953. E é justamente essa sensação que perdoa o fato de não haver quase nada de novo em De volta à Terra do Nunca. O vilão continua o mesmo, o aloprado e docemente malvado Capitão Gancho, com sua cueca de coraçõezinhos vermelhos, desta vez, porém, perseguido por um polvo gigante no lugar do antigo crocodilo. Sua equipe de piratas incompetentes também está lá. Sininho continua ciumenta, sem palavras, e espera-se que não seja mais interpretada por Julia Roberts. Até a cachorra Naná dá as caras outra vez.
O que mudou foi a vida de Wendy. Ela agora é adulta e com filhos vivendo numa Inglaterra em guerra. Sem João e Miguel, a história se fixa em Jane, a filha de Wendy. Como todo bom desenho da Disney, a lição é clara: Jane, séria e responsável demais devido à guerra, precisa reaprender a se divertir e acreditar em fantasia.