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Paradise Now | Crítica

Paradise Now

26.01.2006, às 00H00.
Atualizada em 01.11.2016, ÀS 12H02
Paradise Now
Palestina/França/Alemanha/
Holanda/Israel, 2005
Drama - 90 min.

Direção: Hany Abu-Assad
Roteiro: Hany Abu-Assad, Bero Beyer, Pierre Hodgson

Elenco: Kais Nashef, Ali Suliman, Lubna Azabal, Amer Hlehel, Hiam Abbass, Ashraf Barhom, Mohammad Bustami

Ao acompanharmos as notícias sobre os conflitos entre judeus e muçulmanos na região de Israel que envolvem os famigerados homens-bomba, imediatamente nos questionamos sobre os motivos que levam alguém a explodir-se por uma causa.

Fanatismo é a primeira palavra que vem à cabeça, geralmente seguida por imagens estereotipadas de osamas-bin-ladens genéricos, segurando explosivos numa mão e uma AK-47 na outra, enquanto gritam Alá e pressionam o botão da bomba. Paradise now (2005), filme do israelense Hany Abu-Assad, acaba com tudo isso.

Assad escolheu uma forma interessante de abordar o conflito, quase que exclusivamente visto pelos olhos endinheirados dos israelenses judeus: através do ponto de vista dos próprios homens-bomba. Não se trata, no entanto, de um filme que promove o ódio. Pelo contrário. Tenta explicar como pessoas tão normais quanto você e eu podem sujeitar-se ao martírio.

Na trama, Said (Kais Nashef) e Khaled (Ali Suliman) são dois palestinos amigos de infância, escolhidos, quase que sem aviso, para um ataque suicida. Eles aguardavam sua hora há vários anos e, quando ela chega, ambos têm tempo apenas para passar a última noite com as respectivas famílias. Mas seus instrutores terroristas avisam que ninguém pode desconfiar do fato. Assim, os agradecimentos são deixados para um vídeo. Durante suas últimas horas de vida, um mergulha em dúvidas sobre a ação. Já o outro, filho de um colaborador executado como traidor, não hesita em seguir seu destino.

A produção não toma partido. Retrata os suicidas com humanidade, mas introduz personagens que os fazem pensar, como Suha (Lubna Azabal) uma ativista da luta pacífica que percebe o que vai acontecer e tenta dissuadi-los debatendo. Importante também é a figura da mãe de Said (a maravilhosa Hiam Abbass, de A noiva da Síria e Free Zone), que dá ao filho uma nova visão sobre os chamados traidores.

Algumas imagens são especialmente emblemáticas na produção. Partindo da pequena e devastada cidade fronteiriça de Nablus, com fachadas e edifícios destruídos, Said e Khaled chegam à moderna metrópole de Tel Aviv para cumprir sua missão. De dentro do automóvel que os transporta, observam pessoas inocentes nas praias e ruas. Impossível demonizar seu inimigo assim de tão perto.

Um pequeno e poderoso filme, que prova que libelos pacifistas podem vir das fontes mais improváveis possíveis. Afinal, criatividade é necessária para mudar este planeta e a imagem da pombinha branca já deu no saco.

Nota do Crítico
Bom
Paradise Now
Paradise Now
Paradise Now
Paradise Now

Ano: 2005

País: França, Alemanha, Holanda, Israel

Classificação: 14 anos

Duração: 90 min

Direção: Hany Abu-Assad

Roteiro: Bero Beyer, Pierre Hodgson, Hany Abu-Assad

Elenco: Ali Suliman, Amer Hlehel, Hiam Abbass, Ashraf Barhom, Mohammad Bustami, Lubna Azabal, Kais Nashif

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