Papai é Pop (Divulgação)

Créditos da imagem: Papai é Pop (Divulgação)

Filmes

Crítica

Amoroso, Papai é Pop dialoga com todo mundo e leva espectador à reflexão

Longa alcança público do outro lado da tela de forma delicada e cativante

Omelete
3 min de leitura
10.08.2022, às 10H00.

É difícil encontrar uma produção que consiga contemplar muitos públicos através de um único tema, especialmente quando o assunto pode ser um tabu na vida de tantos deles. Talvez esse seja o principal trunfo de Papai é Pop, que aborda as nuances da paternidade em um texto delicado e profundo. Dirigido por Caito Ortiz, o filme transita entre as mais variadas relações paternais, desde casos de pais mais corujas até os que abandonaram o filho antes mesmo do nascimento ou os que partiram cedo demais.

Livremente inspirada no livro homônimo de Marcos Piangers, a comédia dramática conta a história de Tom (Lázaro Ramos), um desenvolvedor de sistemas que vê sua vida mudar ao se tornar pai de primeira viagem. Ao lado da mulher Elisa (Paolla Oliveira), Tom precisa aprender a cuidar da filha recém-nascida enquanto tenta manter o relacionamento e lidar com os traumas de ter sido abandonado pelo pai. Sem saber como agir com a primeira filha, ele busca ajuda de um amigo, um pai omisso, enquanto Elisa cuida tanto da própria filha quanto do filho do porteiro, que perdeu a mulher no parto.

O foco de Papai é Pop em Tom, que compreensivelmente vem do relato em primeira-pessoa de Piangers, tenta ampliar sua relevância ao circular por outros pontos das relações familiares. Filho de mãe solo, o personagem não teve referências paternas; já Elisa, uma advogada, cresceu em um lar com pais superprotetores. O abandono parental é um tema que percorre o filme, e quando o personagem de Lázaro Ramos é assombrado por esse trauma, busca refúgio na bebida. A cada ato, o filme apresenta um novo problema, na tentativa de oferecer uma pluralidade que dialogue com mais espectadores.

Tanto texto quanto direção são sensíveis a esses elementos e traduzem os temas complexos e espinhosos com uma linguagem afetuosa. Papai é Pop transforma o cinema em uma acolhedora roda de conversas, mais focado em verbalizar questões óbvias do que em tirar conclusões, de “estou sendo um bom pai?” e “a ausência do meu pai me afetou?” a “o quão difícil foi para minha mãe me criar sozinha?”. A adaptação, nesse sentido, preserva o espírito de guia motivacional do best-seller de Piangers.

O filme recorre em vários momentos a soluções rápidas que poderiam ser melhor trabalhadas, mas compensa com a dinâmica entre os protagonistas. Além de Lázaro Ramos e Paolla Oliveira, Elisa Lucinda, Leandro Ramos e Dada Coelho sobressaem como os personagens de apoio do casal.

Pensado para emocionar, Papai é Pop faz da comunicação direta e imediata seu principal projeto. O filme mergulha no que imagina serem os anseios do seu público alvo, falando de afetividade e proteção de uma forma inspiracional. Talvez não tenha o mesmo efeito no público infantil, mas o longa conserva o humor do livro e se esforça para garantir uma boa diversão para as crianças, tornando a experiência do filme-família mais completa.

Nota do Crítico
Ótimo
Papai é Pop
Papai é Pop
Papai é Pop
Papai é Pop

Ano: 2022

País: Brasil

Classificação: LIVRE

Duração: 105 min

Direção: Caíto Ortiz

Elenco: Paolla Oliveira, Lazaro Ramos, Elisa Lucinda, Leandro Ramos

Onde assistir:
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