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Filmes
Crítica

O Telefone Preto 2 dispensa o terror para lidar com traumas e redenções

Scott Derrickson encontra criatividade para retornar ao mundo do Sequestrador

Omelete
4 min de leitura
14.10.2025, às 06H15.
Atualizada em 14.10.2025, ÀS 16H17
O Telefone Preto 2 dispensa o terror para lidar com traumas e redenções

Há um certo charme na simplicidade de uma franquia como O Telefone Preto. Embora esteja sempre orbitando entre elementos de produções de horror, ambos os filmes da série nunca mergulham de cabeça no que seria o susto pelo susto. Claro, eles estão ali, mas o diretor Scott Derrickson e o roteirista C. Robert Cargill, parceiros de longa data, parecem sempre mais interessados em trabalhar outras coisas dentro do gênero. Se o primeiro era um suspense de abdução que investiga uma jornada de amadurecimento, O Telefone Preto 2 investe em um thriller sobrenatural para discutir traumas e redenções.

A maneira com que Derrickson investiga esses temas nesta continuação, inclusive, é surpreendentemente criativa. Situado alguns anos depois do filme original, O Telefone Preto 2 mostra um agora crescido Finn (Mason Thames) lidando com as consequências de seu encontro brutal com o Sequestrador (Ethan Hawke). Cada vez mais isolado e sem amigos, o jovem abusa da violência para descontar seu medo incontrolável, enquanto Gwen (Madeleine McGraw) vê seu dom sobrenatural aumentar, com suas visões (ou pesadelos) a perturbando cada vez mais.

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Com essa atmosfera sobrenatural já bem estabelecida no primeiro longa, Derrickson e Cargill se debruçam sobre ela para a história dos dois irmãos avançar. Quando Gwen descobre que um acampamento de seus sonhos tem ligação com o passado de sua mãe, os dois decidem ir investigar. E lá eles são assombrados não apenas por novos espíritos de crianças, mas pelo aterrorizante Sequestrador - que, sim, está morto, mas retorna como assombração.

Os dois irmãos lidam com seus traumas passados ​​e suas habilidades psíquicas atuais de maneiras radicalmente diferentes: Gwen assumiu totalmente a responsabilidade de compreender seus sonhos e ajudar os mortos a encontrar paz da maneira que puder. Finn está se anestesiando com maconha e negação, e respondendo a seus telefonemas sobrenaturais periódicos com um simples "Sinto muito, mas não posso ajudar" antes de desligar.

O curioso é que, apesar de flertar com inúmeros clichês do gênero, O Telefone Preto 2 não se entrega à tentação de riscar cada um deles do roteiro. Dos interesses amorosos dos irmãos, passando pelo suspeito dono acampamento (Demián Bichir) até chegar ao casal de administradores cristãos do parque, o longa parece tocar a bola para um lado e olhar para o outro. O elenco que poderia ser apenas mais um que seria eliminado um a um em qualquer slasher da vida torna-se uma frente ampla contra o espírito maligno do Sequestrador, que vê no dom de Gwen a sua chance de vingança - uma clara inspiração na franquia A Hora do Pesadelo, com o vilão de Ethan Hawke fazendo a vez de Freddy Krueger.

Enquanto o original era sobre a ameaça real de violência (e a implicação de que algum tipo de abuso sexual poderia estar envolvido), sua sequência lida mais com o trauma de sobreviver a tais atos e a maneira como isso afeta não apenas as vítimas imediatas, mas também suas famílias. E Derrickson explora isso não apenas para dar ainda mais substância à conexão entre o Sequestrador e a família de Finn, mas também para encontrar a tão buscada redenção de alguns personagens, como Mando (Bichir) e Terrence (Jeremy Davies).

Sem abusar de muitos sustos, Derrickson opta por um tom diferente, adotando a sensação analógica - por meio de filmagens grosseiras em Super 8 e design de som desconfortavelmente arranhado - de 1982, quando o filme se passa. Essa atmosfera soturna engrandece O Telefone Preto 2 enquanto thriller sobrenatural e não destaca uma eventual “falta” de investimento no terror em si; o Sequestrador de Ethan Hawke, mesmo que com apenas o uso da máscara e da voz acentuada, é aterrorizante por si só.

Como pegar uma história que não só parecia ter acabado, mas que se desenvolveu em grande parte a partir da claustrofobia de um espaço confinado e transformá-la na ameaça escancarada de uma tundra congelada em uma sequência? Derrickson e Cargill não se contentaram em repetir a estrutura do primeiro filme, expandindo-a de uma forma que parecesse nova, sem perder as conexões e as imagens do primeiro, ao mesmo tempo em que injetaram uma dose notável de teologia católica. Adiciona-se a isso uma linguagem visual saída direto do cinema de horror dos anos 1980, com claras alusões a A Hora do Pesadelo e Sexta-Feira 13, e o que temos é uma das mais criativas e interessantes sequências de terror dos últimos tempos.

Nota do Crítico

O Telefone Preto 2

The Black Phone 2

2025
País: EUA
Direção: Scott Derrickson
Elenco: Ethan Hawke, Demián Bichir, Madeleine McGraw, Mason Thames
Onde assistir:
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